A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em parceria com a Polícia Militar, deflagrou nesta terça-feira (21/1/2025) a Operação Medusa, com o objetivo de desarticular um esquema de estelionato contra idosos em situação de alta vulnerabilidade, na cidade de Manga, no Norte de Minas. A operação teve início com a investigação da identificação e localização das vítimas e, nesta fase, resultou no cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão contra uma estudante de Direito, de 22 anos, suspeita de ser a líder do esquema criminoso.
A operação já está em sua segunda fase, que visa identificar outros envolvidos, localizar bens adquiridos com recursos ilícitos e recuperar os valores subtraídos. Estima-se que o prejuízo causado às vítimas ultrapasse R$ 100 mil.
Investigação
A investigação, conduzida pelo delegado Genilson Alvarenga, revelou que a jovem suspeita utilizava sua posição como estagiária em um escritório de advocacia para cometer os crimes. Ela se passava pela advogada titular do escritório e mantinha contato com os clientes sem autorização, utilizando documentos falsificados para dar maior credibilidade às suas ações fraudulentas. Para evitar ser registrada pelas câmeras de segurança, a investigada atendia as vítimas em locais públicos próximos ao escritório, sob o pretexto de oferecer uma assistência mais personalizada.
O delegado Thiago Pinheiro, responsável pelo cumprimento dos mandados, informou que a jovem também é investigada por falsificação de documentos e uso de falsa identidade, uma vez que utilizava documentos falsos para realizar transações bancárias e outros procedimentos fraudulentos.
Perfil das vítimas
As vítimas eram, em sua maioria, idosos analfabetos e em situação de alta vulnerabilidade. A investigada conquistava a confiança das vítimas oferecendo ajuda com questões financeiras, como o recebimento de benefícios, empréstimos e obtenção de cartões de crédito. Após ganhar a confiança dos idosos, ela realizava transações fraudulentas, levando algumas vítimas a descobrirem que seus saldos bancários haviam sido completamente zerados.
Desdobramentos da operação
Durante o cumprimento dos mandados, diversos cartões de crédito, documentos relacionados aos crimes e aparelhos eletrônicos foram apreendidos. Os materiais serão analisados para dar continuidade às investigações. Com a prisão da principal suspeita, a operação avança para a segunda fase, que busca responsabilizar todos os envolvidos e minimizar os prejuízos às vítimas.
O delegado Thiago Pinheiro ressaltou a importância de proteger os idosos contra golpes financeiros, especialmente aqueles que envolvem intermediários que oferecem assistência fora de locais monitorados. A Polícia Civil orienta que denúncias sobre crimes como esse podem ser feitas de forma anônima pelo Disque-Denúncia 181 ou diretamente nas unidades policiais.