No combate ao desmatamento ilegal em Minas, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) realizou, de 7 a 11/8, a operação de fiscalização Ecótono, em oito municípios da região do Vale do Jequitinhonha. Foram selecionados 21 alertas de desmatamento nas áreas de transição dos biomas do Cerrado e Mata Atlântica, onde ainda há ocorrência de fragmentos de Caatinga. Até o momento, foram fiscalizados aproximadamente 700 hectares, em 21 alvos pré-definidos ou encontrados durante as atividades. O valor de multas já aplicadas chega a quase R$ 7 milhões.
As áreas fiscalizadas estão nos municípios de Itamarandiba, Minas Novas, Chapada do Norte, Francisco Badaró, Leme do Prado, Araçuaí, Itinga e José Gonçalves de Minas. Em parte dessas áreas, as equipes não constataram “novos desmatamentos”, mas sim o descumprimento de embargos e impedimento de regeneração natural da vegetação. As ações foram coordenadas pela Diretoria Regional de Fiscalização do Jequitinhonha (DFISC-JEQ), com o apoio da Diretoria Regional de Fiscalização Central Metropolitana (DFISC-CM).
O diretor de Fiscalização da Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram) Jequitinhonha, Victor Hugo Alves Soares, explica que houve um recuo do desmatamento na Mata Atlântica em Minas Gerais, no entanto, os alertas referentes ao Cerrado ainda são preocupantes, o que desencadeou a operação. Parte considerável desses alertas ainda estão localizados dentro da bacia do Rio Araçuaí. O diretor explica que o monitoramento, controle e fiscalização do uso e ocupação do solo da Bacia do Araçuaí é de suma importância para buscar a melhoria da qualidade dos rios dessa bacia tão importante para o Vale do Jequitinhonha.
“Esta operação demonstra que a Semad direciona atenção especial a essa região de riqueza ecológica que está sob ameaça de conversões de uso inadequadas. Conforme o diagnóstico ambiental de Minas Gerais, que fundamenta o Plano Anual de Fiscalização (PAF), a DFISC-JEQ está comprometida em fiscalizar a conversão de uso do solo e reprimir práticas degradantes ao meio ambiente. A colaboração da DFISC-CM fortalece essa ação com expertise e pessoal adicional, enquanto a sociedade é instada a adotar práticas sustentáveis e em conformidade com a lei”, pontua Victor Hugo.
Ecótono
O termo “ecótono” se refere a uma região onde há contato entre dois ou mais biomas fronteiriços. São áreas de transição ambiental, onde entram em contato diferentes comunidades ecológicas – isto é, a totalidade da flora e fauna que faz parte de um mesmo ecossistema e suas interações.
Por isso, os ecótonos são ricos em espécies, sejam elas provenientes dos biomas que o formam ou espécies únicas (endêmicas) surgidas nele mesmo.