Uma mulher de 27 anos acusa o Hospital Universitário Clemente Farias, em Montes Claros de negligência na morte de seu primeiro filho. Joelma Francisca Rodrigues estava grávida de nove meses e na sexta-feira (17/01) sentiu dores na barriga e foi encaminhada ao HU pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Maria Aparecida, irmã da grávida, mostra a certidão de óbito (Foto: Jucilene Magalhães)
O médico do hospital ouviu o coração da criança e liberou a mãe dizendo que a criança ainda não iria nascer. No sábado (18/01) ao acordar, Joelma percebeu que o bebê não mexia mais e então procurou a Santa Casa de Montes Claros onde foi constatado o óbito. Segundo o laudo, a criança morreu devido a um nó no cordão umbilical.
Maria Aparecida Rodrigues, irmã de Joelma, chora a perda do sobrinho. Ela acompanhou Joelma em todo o momento de dor. Aparecida conta que a irmã segue internada e que só na tarde dessa segunda -feira (20/01) foi feita a coleta. Na tarde desta terça-feira (21/01) o bebê foi enterrado no cemitério da cidade.
Sofrimento da família
Joelma e o esposo Rogério residem na cidade de Nova Serrana, região centro-oeste de Minas Gerais.
A esposa nascida em Pedras de Maria da Cruz, Norte de Minas, decidiu visitar os pais no fim da gestação. A expectativa era buscar atendimento em Montes Claros, tendo em vista a referência do município em maternidade.
A irmã da gestante lamenta o ocorrido. “Esperávamos que o atendimento fosse bom e olha no que resultou. Apesar de Nova Serrana ter menos recursos, talvez tivesse direcionado uma atenção maior no atendimento da minha irmã e não tinha acontecido o que ocorreu aqui. É frustrante”, diz chorando.
Maria Aparecida tem 31 anos e também está grávida de cinco meses do segundo filho. Na primeira gestação, ela também foi atendida pelo HU e o bebê teve sequelas depois do parto. Ela acredita que deveria ter sido submetida a uma cesariana por já ter passado 19 dias da data prevista para o nascimento. Na insistência pelo parto normal, por parte do médico, a primeira filha de Aparecida nasceu com falta de oxigenação no cérebro. A criança de 11 anos faz fisioterapia desde quando nasceu.
Para o filho que está por vir, ela espera não passar pelo susto outra vez. “Agora a gente fica com medo, jamais gostaria de ter meu filho lá, porque o atendimento é péssimo”, diz.
Samu
Segundo o Samu, uma mulher considerada em trabalho de parto precisa ter duas contrações em cada 10 minutos. Joelma tinha uma a cada dez minutos. Mesmo não estando em trabalho de parto, levando em conta os padrões normais, o médico regulador (que fica no atendimento telefônico) e o médico socorrista (da viatura) optaram por levar a paciente ao hospital para avaliação do especialista, já que ao SAMU cabe o atendimento pré-hospitalar.
Santa Casa
Segundo a assessoria da Santa Casa, a paciente foi internada para retirada do bebê, no sábado. Ainda Segundo o Hospital, ela já chegou na unidade dizendo que o bebê não mexia. O médico então fez ultrassom e foi constatado que o bebê estava sem vida.
(Fonte: Inter TV Grande Minas)