Uma trama, que muito se assemelha aos filmes de gângsteres, que envolve associação criminosa, assassinato e material bélico, foi descoberta pelo Serviço de Inteligência da Polícia Militar em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.
Armas apreendidas (Foto: Divulgação / Polícia Militar)
Duas gangues do tráfico de drogas se uniram para matar dois desafetos pertencentes a gangues rivais, quando eles saíssem da Penitenciária Francisco Floriano Peixoto (Paca), localizada no distrito rural Vila Nova Floresta.
Uma emboscada estava preparada e foi descoberta a tempo pela Polícia Militar, que prendeu oito homens: N.J.P.S.M, de 21 anos, R.M.T, de 27; P.H.N.M, de 20; R.P.M, de 19; J.P.B.S, de 18; H.A.M, de 23; H.B.J, de 41, e W.G.S.R, de 26.
A trama foi descoberta a partir de uma denúncia anônima. Segundo o denunciante, integrantes do Primeiro Comando do Ipê, gangue do Morro do Angico, no Bairro Atalaia, e a gangue Nova Era, do Bairro Santa Helena, planejaram um esquema para matar S.R.M.S e S.T.O, que receberam o benefício da saída temporária, assim que deixassem a penitenciária.
Os articuladores do plano de execução sabiam até mesmo o dia e horário que os alvos sairiam do presídio: 9h dessa sexta-feira (9/4/2021). Diante das informações, o Serviço de Inteligência da PM acionou a direção do presídio e solicitou que fosse interrompido o processo de liberação dos dois presos até a chegada das guarnições policiais.
A tática dos criminosos consistia em ter um olheiro com a missão de identificar o momento exato em que os presos seriam liberados. Esse homem iria para as proximidades do presídio em um veículo de aplicativo, contratado para levá-lo ao local, mas sem conhecimento do que se tratava.
Um segundo veículo estaria a aproximadamente um quilômetro do presídio, estacionado nas margens da estrada de acesso à penitenciaria. Nele, estariam os responsáveis pelos assassinatos.
Os policiais tomaram conhecimento de que o segundo veículo estaria parado e que outros homens, responsáveis pela embocada e pelas execuções, ficariam escondidos no meio do mato próximo ao local. Tão logo o carro com os dois alvos passasse, seria cercado.
Helicóptero Pegasus (Foto: Divulgação / Polícia Militar)
Trama desvendada
Para realizar a operação, foi mobilizado um grande efetivo de policiais e o helicóptero Pegasus, da PM, além de cães farejadores.
Dada a ordem para iniciar a operação, os militares avistaram um Ford KA, de cor cinza, contratado pelo serviço de aplicativo. O veículo foi abordado e, nesse momento, o passageiro, ao ver a viatura policial, jogou pela janela um rádio transmissor.
Um conhecido traficante, W.G.S.R, estava em outro veículo, o Fiat Uno, placa MXZ-1470, próximo desse local. Ele fingia estar mexendo no pneu dianteiro esquerdo, simulando um problema com o carro.
Abordado, W.G.S.R mostrou-se nervoso e apreensivo e olhava, sem parar, em direção à mata que margeia a estrada. O comportamento do homem fez com que os policiais desconfiassem que alguma coisa estaria escondida no matagal.
Miguelito (Foto: Divulgação / Polícia Militar)
Um bloqueio ao local foi feito imediatamente, e nesse instante, foram flagrados sete homens, armas, uma granada, um miguelito (armadilha de pregos para furar o pneu de carros quando jogado na pista), dinheiro e drogas, material farejado pelo cão Apolo.
Com o acionamento do helicóptero Pegasus e o cerco feito na região, foram localizados e presos seis homens que estavam escondidos na mata, bem próximo ao Fiat Uno.
Houve tentativa de fuga dos suspeitos, no entanto, eles foram cercados e presos. Foram apreendidos um miguelito, seis armas de fogo (calibres 9mm, 40, e 38), uma granada, dinheiro, um rádio transmissor e drogas. Os autores foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil, juntamente com todo o material apreendido.
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