Produtores de Itamarandiba comemoram recorde na produção de abacaxi

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Itamarandiba (MG) deverá produzir mais de mil toneladas de abacaxi na safra 2020/2021, aproximadamente 600 mil quilos a mais do que na temporada passada. A expectativa é de que sejam colhidos cerca de 800 mil frutos no período de novembro a março.

O crescimento na produção e qualidade dos frutos são motivos de muita comemoração por parte dos fruticultores itamarandibanos, visto que esta é uma safra recorde. Além disso, na primeira semana do ano, o preço do abacaxi teve aumento significativo na Central de Abastecimento de Minas Gerais (CEASA). A dúzia da fruta chegou a ser comercializada por R$ 80,00. 

A região de Areião, nas proximidades do distrito de Contrato, é uma das principais produtoras de abacaxi no município de Itamarandiba. É de lá que, no último final de semana (09 e 10 de janeiro), cerca de 70 toneladas da fruta foram colhidas e transportadas para a CEASA.

Natural da localidade e um dos pioneiros na produção de abacaxi no município, o fruticultor Pedro Francisco Rodrigues Pinto, que possui 04 hectares cobertos com o plantio da fruta, viu sua produção triplicar na última safra. Ele argumenta que esse aumento se deve ao preço atrativo e ao controle da doença fusariose.

“Ficamos uns 15 anos sem fazer o cultivo do abacaxi. Esse tempo foi determinante para que se diminuísse a infestação pela fusariose. Tivemos na Prefeitura e na Emater-MG parcerias de orientação e combate”, explicou. Rodrigues ressaltou, ainda, que o abacaxi local possui um fator decisivo para que seja comercializado com preços vantajosos. “O clima da nossa região é favorável e a safra é prolongada. O abacaxi daqui tem colheita na entressafra. Ou seja: quando a produção de outras regiões está no fim é que começa a nossa.”, diz Pedro Francisco. 

Além de Areião, outras comunidades itamarandibanas se destacam na produção de abacaxi, dentre elas: Contrato, Canjuru, Bom Jardim e Martins. O engenheiro agrônomo da Emater-MG do município, João Batista Araújo, tem acompanhado de perto a evolução da produção na região. Ele enfatiza que Itamarandiba possui condições climáticas e solo adequado para o cultivo da fruta. Tais fatores, segundo ele, são essenciais e fazem com que o abacaxi itamarandibano tenha algumas peculiaridades que o torna disputado no mercado. “O abacaxi produzido aqui é o da espécie Jupi. Com massa firme, cor amarela, muito doce e a safra não coincide com outras regiões produtoras do país, fazendo com que os agricultores consigam maior preço.”

O secretário municipal de agricultura, Dirceu Pires, lembrou que sua pasta tem apoiado e incentivado a produção local, inclusive promovendo ações como o 1º Dia de Campo do Abacaxi. Realizado em meados de 2019, o evento abordou temas relevantes quanto a escolha e preparo do solo, conjunto de técnicas de cultivos recomendadas para exploração comercial do abacaxi, incluindo o controle das principais pragas e doenças. “É com grande alegria que recebemos a notícia da safra recorde de abacaxi no nosso município. Temos ciência que a região possui predicados para tal cultivo e por isso nunca deixamos de promover ações que ofertem oportunidades de diálogo e troca de experiências acerca da cultura do fruto.”, comentou.

Já o prefeito de Itamarandiba, Luiz Fernando Alves, ressaltou a importância da atividade na geração de renda e emprego no município.  De acordo com ele, Itamarandiba possui grandes produtores da fruta que utilizam boas práticas desde o plantio até a colheita e empregam mais de mil pessoas durante toda a cadeia de produção. “Sabemos que o investimento da tecnologia nas lavouras de abacaxi é fundamental para alcançar bons resultados na produção. Contudo, destaco o comprometimento dos fruticultores na geração de empregos para nossa população. São muitas famílias que trabalham no plantio, manejo, capina e proteção do fruto.”, reconheceu. 

Levantamentos da Secretaria Municipal de Agricultura, em parceria com a Emater-MG, apontam que os fruticultores de Itamarandiba conseguem produzir abacaxi de alta qualidade com menos custos e maior renda. Isso permite a exportação do fruto para grandes centros do Estado e garante, assim, geração de renda e emprego na região produtora.

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