Um homem de 32 anos, pré-candidato a prefeito do município de São João das Missões, no Norte de Minas, foi preso preventivamente na terça-feira (28/7), em Montes Claros, suspeito de envolvimento em extorsão e divulgação de conteúdo pornográfico. O mandado foi cumprido pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) durante a operação “Dolos”. Até o momento, oito vítimas procuraram a PCMG e relataram ter sido ameaçadas e extorquidas pelo investigado M.R.F.C, após sinalizarem término de relacionamento com ele.
Conforme apurado pela polícia, o suspeito se aproximava de mulheres com perfis específicos: fragilizadas emocionalmente, casadas ou separadas recentemente, com idade entre 45 a 50 anos e resolvidas financeiramente. Enquanto envolvido com as vítimas, ele montava um dossiê com fotos e vídeos íntimos delas. No momento em que as mulheres manifestavam interesse em romper com o investigado, eram ameaçadas de exposição do material.
Também foi apontado que quando o suspeito não conseguia imagens íntimas, ele fazia montagens com os perfis das vítimas e as ameaçava. Além de exigir vantagem financeira para não divulgar o conteúdo, ele exigia encontros sexuais. Em vários casos, diante da negativa das vítimas, ele chegou a divulgar fotos para parentes, filhos, maridos, entre outras pessoas do convívio delas. Uma das mulheres perdeu o emprego após ter sua vida exposta no ambiente de trabalho.
Investigação e encorajamento
Oito mulheres já fizeram denúncias na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Montes Claros, originando o pedido de prisão preventiva decretada pela Justiça. Na ocasião da prisão, o suspeito tentou esconder o celular dele, entretanto, o aparelho foi encontrado e apreendido pelos policiais. Em depoimento, ele confessou a autoria dos crimes.
A Delegada Karine Maia faz um apelo para que as mulheres enganadas pelo suspeito procurem a Polícia Civil, objetivando a responsabilização dele pelos crimes praticados. “A exposição a esse tipo de situação gera constrangimento, e, ainda, pode desenvolver quadro de ansiedade, medo e angústia nas vítimas pela exposição de sua privacidade”, observa.
Uma mensagem de alerta e encorajamento ainda é deixada pela Delegada: “É necessário que haja atenção e cuidado antes de enviar conteúdo íntimo, pois, infelizmente, algumas pessoas se aproveitam da fragilidade e confiança do outro para cometer crimes e obter vantagens. As mulheres vítimas desse homem não devem se calar. O inquérito é sigiloso, não tenham vergonha. Denunciem!”.
Referência
A operação foi batizada de “Dólos”, que na mitologia grega significa engano, malícia, artimanhas, justamente expressa à ação do suspeito em detrimento das vítimas.
A Polícia Civil deverá concluir o inquérito policial em dez dias. O suspeito, após a formalização do cumprimento do mandado, foi colocado à disposição da Justiça.
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