Coronel Fabriciano atingiu hoje mais de 58% de recuperados entre os casos confirmados de Covid-19. Nesta semana, a 14ª desde o primeiro caso no município, foi contabilizado 110 recuperados de 187 infectados. O 1º óbito no município foi registrado somente nesta quarta-feira (10/6/2020). O paciente, um homem de 63 anos, era diabético e cardiopata, e estava internado no Hospital Metropolitano da Unimed.
A maioria dos recuperados venceu a doença em isolamento domiciliar. No Hospital Dr. José Maria Morais, para onde são encaminhados os casos moderados a graves, o tratamento até agora foi 100% eficaz.
Nessa terça, 9, Ozana Ramos Guedes Santos, de 40 anos, Técnica de Enfermagem e dona Terezinha Maria Vieira da Silva, de 70 anos, cruzaram os corredores de saída do Hospital Dr. José Maria Morais sob aplausos e prantos. As duas passaram pela UTI da ala exclusiva Covid-19 montada pelo município e comemoraram a alta médica como um renascimento, uma nova oportunidade de vida.
O sentimento de gratidão às equipes de saúde se mistura a louvores e sensações de que uma batalha contra a morte foi vencida. A expressão e o choro de Vanderlei Vítor de Miranda ao deixar o hospital no dia 5 de junho, comoveu a todos. Internado desde 27 de maio, Vanderlei também precisou de respirador e foi tratado como caso grave. “Foi muito difícil! Eu tenho que agradecer a Deus por ter conseguido vencer. Quero agradecer a equipe pelo carinho e respeito comigo. Não tenho palavras, só gratidão”, resumiu.
Vencer a Covid-19 é vencer a descrença, o preconceito e a angústia, afinal a doença ainda desafia a ciência e a medicina, colocando pacientes frente a frente com algo muito desafiador. No entanto, para o município que acreditou desde o primeiro momento que a prevenção era o caminho, os resultados de agora não chegam a surpreender. “Nós temos consciência de que estamos no caminho certo. A prevenção da doença é muito importante e as ações que o município tomou são a explicação para este resultado”, afirma Kátia Barbalho, secretária de governança da saúde.
Para controlar a disseminação do vírus, a administração municipal adotou as seguintes medidas:
- Criação do serviço de teleorientação por WhatsApp
- Implantação da unidade exclusiva para pacientes suspeitos
- Ampliação das equipes de atenção básica com contratação de agentes comunitários de saúde (ACS) e profissionais médicos
- Bloqueio dos pacientes idosos crônicos com atendimento in loco, monitoramento constante e de receitas.
- Vacinação dos idosos em casa
- Identificação da residência dos idosos
- Implantação de barreira sanitária na rodoviária no mês de março
- Aquisição de EPIs para os profissionais da saúde
- Criação e ampliação de ala exclusiva para pacientes Covid no HJMM
- Aquisição de respiradores e construção de novos leitos
- Ampla campanha de orientação da população sobre as formas de prevenção
A prioridade da gestão é a atenção básica com foco nos pacientes crônicos, evitando que estes adoeçam descompensem (adoecer) e mantenham-se saudáveis, evitando uma internação. A secretária Kátia Barbalho diz que é impossível falar do futuro. Segundo ela, todas as análises podem ser feitas somente com base nos dados do momento. Ela ressalta que o município está 24h atento e adota as medidas conforme o cenário do dia. “As decisões precisam ser assertivas e não nos incomodamos em mudar protocolos. Nossa preocupação é sempre salvar o paciente, custe o que custar”, garantiu.
Terezinha Maria Vieira da Silva, de 70 anos, ficou internada entre os dias 05 e 09 de junho (Foto: Divulgação / Prefeitura de Coronel Fabriciano)
NOVOS LEITOS DE UTI
O Hospital Dr. José Maria Morais passou por obras e recebeu 40 leitos exclusivos para tratar exclusivamente pacientes com Covid-19: são 20 leitos clínicos (enfermarias) e 20 de UTI, equipados com respiradores. O investimento foi de R$ 1,2 milhão em recursos próprios. A capacidade do Hospital pode ser ampliada, caso necessário e num eventual crescimento de casos graves. Os leitos de UTIs, priorizados pela administração municipal, são essenciais para estabilização de pacientes com sintomas graves da doença e um dos principais gargalos de muitos municípios na luta contra a doença.
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