Quarentena tem impacto ainda maior na cesta básica em Montes Claros

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A mudança de hábitos em tempos de quarentena pela Covid-19 teve, mais uma vez, forte influência sobre as despesas com a cesta básica em Montes Claros. O reajuste no custo geral dos 13 itens foi de 9,25% no mês de abril, conforme relatório divulgado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), do Departamento de Economia da Unimontes. O percentual é 2,5 vezes maior que o registrado em março (3,59%).

A maior frequência às compras por parte dos consumidores, interessados em estocar alimentos desde o isolamento social implantado no Brasil por causa da pandemia do Novo Coronavírus, é a principal causa desta alta tão significativa. No entanto, para a coordenadora do IPC/Unimontes, professora Vânia Villas Boas, há outro ponto que pode ser considerado.

“Não se trata de uma regra geral, mas em alguns lugares percebemos que a escassez de determinados itens foi algo especulativo, passando a impressão de que aquele alimento poderia faltar mais rapidamente, o que de fato não aconteceu em momento algum”, explica a pesquisadora.

Preferência número um dos brasileiros, o feijão carioquinha foi o maior vilão em abril, com alta de 46,3% no preço do quilo num intervalo de apenas trinta dias. O acompanhante ideal não ficou tão atrás. O arroz subiu de preço em 27,6% (saco de 5 quilos). Batata (24,8%) e leite (9,67%) vieram logo em seguida, com reajustes também consideráveis no mês passado. Curiosamente, a carne bovina, que chegou a ter alta impressionante de 25% em dezembro último, foi um dos itens com menos impacto no custo da cesta: alta de 3,96%.

Aliás, dos 13 itens básicos, em onze houve alta de preços em abril e apenas dois se mantiveram estáveis. “Nenhum registrou uma queda de preços”, acrescenta Vânia.

COMPARATIVOS

Para se ter uma ideia de como o índice de 9,25% registrado em abril impressiona a economista e sua equipe de estudos no IPC/Unimontes, no mesmo período do ano passado, a alta registrada na cesta básica em Montes Claros era de “apenas” 3,3%. Em abril de 2019, o montes-clarense gastou 28,35% do salário-mínimo para comprar a cesta básica. Agora, em abril de 2020, o custo foi bem maior: 35,9% do salário-mínimo.

“Fica bem evidente a influência deste período de quarentena, com o novo costume de estocar alimentos além do essencial, algo inédito no hábito de compras do brasileiro”, acrescenta a professora.

Na análise, cabe ainda outra comparação: o acumulado do primeiro quadrimestre do ano. Em 2019, a inflação incidente sobre a cesta básica foi de 12,07% entre janeiro e abril e, em 2020, o reajuste chegou a 14,89% nos primeiros 120 dias.

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