Montes Claros registrou mais de 8 mil notificações de dengue em 2019

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Um racionamento de água em Montes Claros pode ser uma das causas do aumento preocupante de casos de doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti. Para abastecer os domicílios com reservatórios irregulares, moradores adquiriram tambores e caixas d’água. O uso inadequado pode ter influenciado na explosão de notificações em 2019, conforme os dados do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti, o LIRAa.

O Boletim Epidemiológico do município indica mais de 8,3 mil notificações para dengue, no ano passado, das quais 416 foram confirmados. Em 2018, o patamar ficou em 942 casos. Com a chikungunya, o registro indicou 42 pessoas com a doença, contra 19, em 2018. Para a zika, foram 279 notificações, em 2019, e 109, no ano retrasado.

O coordenador de Saneamento e Controle de Montes Claros, Flamarion Cardoso Gualberto, revela que os registros das doenças se espalharam por toda a cidade. No entanto, regiões como o Grande Delfino, Independência, Major Prates e Village do Lago tiveram, no ano passado, números elevados de casos de dengue tipo 2, principalmente em crianças. Flamarion alerta a população montes-clarense para os pequenos cuidados dentro e fora de casa.

“O recado que a gente deixa para a população é fazer visita, inspeção dentro do seu domicílio, pelo menos uma vez na semana. Evitar deixar, principalmente, tambor e caixa-d’água abertos, uma vez que o mosquito é bem resistente e a nossa cidade está com uma temperatura de quase 40 graus. A gente sabe que o ovo do mosquito resiste a temperaturas muito elevadas”.

Neste início de 2020, a prefeitura do município intensificou as visitas domiciliares no combate ao mosquito transmissor das doenças. Nelas, os agentes orientam moradores para fazer a remoção dos possíveis criadouros e dos focos existentes nas casas. 

Além disso, o Centro de Controle de Zoonoses realiza, atualmente, o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) em todos os bairros da cidade. Após o balanço, setor vai centralizar esforços naqueles bairros com maior quantidade de focos do vetor. 

Febre alta, dores nos olhos e dificuldades de abrir e fechar as mãos foram os primeiros sintomas que afetaram a enfermeira Andressa da Cruz, de 33 anos. Ao procurar atendimento médico, a moradora do bairro Santa Rita descobriu que estava com dengue. Foram 10 dias convivendo com a doença. Recuperada, Andressa acredita que o acúmulo de água numa laje nos arredores da vizinhança foi o foco do Aedes aegypti.

“A gente começa a olhar mais os quintais. Na minha casa temos uma cachorrinha, e aprendi que não basta jogar a água fora da vasilha. É preciso passar uma bucha no máximo de sete em sete dias. A gente acaba mudando alguns hábitos e prestando mais atenção para evitar que isso aconteça com pessoas próximas”.

As autoridades de saúde mineiras notificaram, no ano passado, mais de 480 mil casos prováveis de dengue. Foram confirmadas 169 mortes em decorrência da doença. Em 2020, a Secretaria de Estado de Saúde já registrou 56 casos prováveis da doença até o momento, não havendo registro de casos graves.

Em relação à chikungunya, foram 2,8 mil casos prováveis e um óbito, no ano passado, em Patos de Minas. Em 2020, apenas um caso provável foi notificado, no município de Belo Oriente.

As notificações de Zika chegaram a 698 em 2019, sendo 164 em gestantes. Neste ano, até o momento, não houve registro de casos prováveis.

Se você, morador, tem alguma dúvida, quer solicitar a visita de agentes em sua residência ou está em situação de risco, acione o Centro de Zoonoses pelo número (38) 2211-4403. Repetindo: (38) 2211-4403.

E você? Já combateu o mosquito hoje? A mudança começa dentro de casa. Proteja a sua família. Para mais informações, acesse saude.gov.br/combateaedes

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