Um padre de 55 anos foi preso em Jaboticabal (SP) acusado de estuprar um adolescente em Ponto dos Volantes (MG). A denúncia foi feita pela vítima em 2017, quando o religioso atuava em uma paróquia no município que pertence à Diocese de Araçuaí (MG).
O mandado de prisão preventiva foi expedido no início de novembro pela Justiça de Minas Gerais a pedido do Ministério Público (MP), responsável pela investigação. A ordem foi cumprida na sexta-feira (8) pela Polícia Civil de São Paulo e o religioso foi preso no Centro de Pastoral Nossa Senhora de Fátima.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o padre foi levado à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Jaboticabal, onde a prisão foi registrada como captura de procurado. Ele aguarda na cadeia de Pradópolis (SP) a transferência para uma unidade prisional em Minas Gerais.
O processo tramita em sigilo na comarca de Araçuaí. A defesa do acusado não foi localizada para comentar o assunto.
Suspeitas
Segundo informações da Diocese de Jaboticabal, o padre Paulo Barbosa foi ordenado em dezembro de 1993.
Em janeiro de 2017, o bispo de Araçuaí abriu uma investigação eclesiástica para apurar uma denúncia de estupro contra um adolescente e informou a Igreja Católica em Jaboticabal sobre o processo. Em outubro de 2018, o Ministério Público mineiro comunicou a Cúria sobre a investigação no âmbito de um inquérito criminal.
Após a denúncia, o padre foi afastado das funções que ocupava e retornou a Jaboticabal, onde passou a morar no Centro de Pastoral.
Em 2006, o mesmo sacerdote foi acusado de abuso sexual quando era pároco de uma igreja em Botafogo, distrito de Bebedouro (SP). Na época, em depoimento à Polícia Civil, um adolescente de 14 anos afirmou que manteve relações sexuais com o religioso. Outros seis menores disseram que praticaram atos libidinosos.
Ele chegou a ser afastado das funções, mas voltou às atividades em 2008, após o processo ser arquivado na Justiça.
Padre Paulo foi transferido para a Diocese de Miracema, no Tocantins, onde permaneceu até março de 2012. Em seguida, foi para a Diocese de Araçuaí, onde ficou até dezembro de 2017.
Diocese
Em nota, a Diocese de Jaboticabal informou que segue as orientações do Vaticano, que exige “tolerância zero” para abusos e desvios realizados por qualquer integrante da Igreja Católica.
Ainda segundo a diocese, todas as informações solicitadas pelas autoridades foram enviadas. “A igreja é a principal interessada em esclarecer o caso e punir os culpados, caso haja”.
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