A cidade de Santa Maria do Suaçuí, localizada a 357 km de Belo Horizonte, está em festa. Durante 10 dias, o município celebra religiosamente o aniversário de morte do sacerdote católico Cônego Lafayette da Costa, com novenas e missas. O ponto alto da festividade acontece no dia 21 de setembro (sábado), quando ocorre a primeira missa, às 5h da manhã, acolhendo os romeiros que chegam a cidade. Ao longo do dia, ainda serão realizadas diversas celebrações eucarísticas, sendo que a mais solene é a celebração das 10h, que conta com a presença do bispo diocesano de Guanhães, Dom Otacílio Ferreira de Lacerda (posse em 14/09/2019).
A celebração deste ano contará com a participação dos bispos Dom Otacílio Ferreira de Lacerda (Guanhães), Dom Irineu (Ituiutaba), Dom Marcelo Romano (Araçuaí) e Dom Darci (Diamantina).
Além da fé, a devoção a Lafayette também impulsiona à economia da cidade. Um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Turismo aponta que de 15 a 20% da economia do município gira em torno do turismo religioso. Estima-se que circulam anualmente na cidade cerca de 40 mil fiéis. No período das celebrações, o público aproximado é de 20 mil pessoas, quantidade maior que a população de todo município, que é de 15 mil habitantes, segundo o IBGE.
O Sebrae Minas, com o objetivo de ratificar ainda mais Santa Maria do Suaçuí como referência no segmento de Turismo Religioso, atua na qualificação do empresariado local, para desenvolver uma rede de empresas estruturadas. São aplicados na cidade cursos, palestras, e oficinas, que trabalham dentro da perspectiva da gestão empresarial, no incentivo à atividade turística sustentável, na estruturação de produtos turísticos, na melhoria da gestão empresarial e na promoção da atividade turística na região.
“Sabemos que a grandiosidade da devoção estimula o turismo religioso, e, consequentemente, o crescimento da cidade. O Sebrae, junto com outras instituições, busca dar suporte ao empreendedor que tem muito a crescer e incentivar o desenvolvimento de Santa Maria, a partir da história de religiosidade do Cônego Lafayette”, enfatiza o analista do Sebrae Minas Ruy Matos.
Crescimento que se faz presente também na rede hoteleira da cidade, pensões e casas para aluguel temporário. “Estima-se que no período da festividade, a taxa de ocupação seja de 100%, o que ainda é insuficiente para atender a demanda. Com isso, os fiéis precisam migrar para cidades vizinhas, onde a ocupação dos demais hotéis fica em torno de 80% da capacidade”, destaca a Secretária Municipal de Turismo Kariny Pinheiro Godinho.
Maria Gorete Soares, que é proprietária de um dos hotéis da cidade comemora. “Estamos há 17 anos na cidade e oferecemos 43 acomodações. Todos os anos o nosso hotel fica lotado, graças aos fiéis do Cônego”, afirma a proprietária. Quem vende artigos religiosos também exalta as festividades católicas. Vinícius Godinho Silveira é proprietário de uma papelaria. No período da festa, a venda de mimos do religioso, como medalhas, imãs, e terços, aumenta em até 50%. “Os devotos nunca deixam de levar um mimo de recordação do Cônego. São atos de fé que também movimentam economicamente a região”, ressalta Vinícius.
Servo de Deus
Há 59 anos, a pequena cidade vive tradicionalmente as festividades em homenagem ao religioso, que viveu por 44 anos na região. Cônego Lafayette da Costa Coelho começou sua trajetória, quando foi ordenado em Diamantina, no ano de 1917. Desde então, Lafayette exerceu o seu ministério sacerdotal na Paróquia de Santa Maria do Suaçuí, até o seu falecimento em 21 de setembro de 1961.
Conhecido como um homem de muita fé, carisma, intensas orações, jejuns, e exemplos de humildade, Lafayette conquistou a comunidade santa-mariense. Após a sua morte, a história de vida religiosa do sacerdote começou a atrair fiéis de todo o País. Anualmente, milhares de pessoas visitam o seu túmulo e participam de missas, novenas, que acontecem no período do aniversário de sua morte.
No dia 13 de novembro de 2000, a Santa Sé, autorizou o Bispo da Diocese de Guanhães, Dom Emanuel Messias de Oliveira, a iniciar o Processo de Beatificação do Servo de Deus , o que foi feito solenemente no dia 24 de junho de 2001, com a nomeação do Tribunal Eclesiástico Diocesano e do Postulador da Causa de Beatificação.
Milagres do Cônego
A história de recuperação de Marta Petruceli, uma das moradoras da cidade, compõe os relatos de milagres, que teriam sido alcançados pela devoção ao religioso.
“Meu milagre aconteceu em 2001 quando passei por uma cirurgia de hérnia de hiato em Belo Horizonte. Dias depois tive duas situações de hemorragia, as quais os médicos não conseguiam conter. Foi preciso buscar fora da Santa Casa, um especialista que conseguisse resolver o meu caso. O médico foi encontrado e cuidou para que eu me recuperasse. Segundo ele, um milagre pela gravidade do caso, a ruptura da aorta abdominal”, disse Marta que atribui à cura a devoção ao Cônego Lafayette.
Marta ainda disse ainda que quando estava no hospital, segurava uma medalha e um pedaço da batina do Cônego, e pedia pela intercessão do religioso na sua recuperação. Amigos e familiares também disseram que fizeram orações no túmulo dele, onde pediram pela recuperação de Marta.
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