Diversificar a economia da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA). Essa necessidade, já destacada no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) da RMVA, foi ressaltada também em audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Realizada nesta quarta-feira (24/4/19), a reunião teve como objetivo discutir o referido plano.
De acordo com o coordenador do eixo econômico do PDDI da RMVA, Carlos Eduardo Ferreira, a região é a maior produtora de aço do País. “É rica, mas perdeu espaço na geração de riqueza do Estado. De 3,3% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) nos anos 2000 passou para 2,5% atualmente. A região sofreu muito após a crise que o mundo enfrentou em 2008, com impacto na renda e no emprego”, salientou.
Ele colocou que é preciso ter outras opções para além da siderurgia. “É necessário buscar outras tecnologias e novas formas de gerar riqueza”, acrescentou. Como uma das alternativas citou a indústria têxtil. Conforme Carlos Eduardo, o PDDI contempla essas informações.
O representante do Consórcio da RMVA, João Costa Aguiar Filho, enfatizou a importância do PDDI. “Ele vem reequacionar o processo de desenvolvimento econômico e social da região, que cresceu, mas agora está estagnada. Os investimentos do poder público remontam a um período passado. Os únicos atualmente dizem respeito à duplicação da BR-381, que está patinando”, comentou.
Ele afirmou que o plano dá condições para que sejam tomadas decisões coletivas, por exemplo, em Áreas de Interesse Metropolitano. João acrescentou que a elaboração do PDDI contou com a participação de municípios integrantes da região. Em sua opinião, é preciso fortalecer a RMVA e suas representações.
Interesse – Lideranças de municípios da região presentes na audiência relataram interesse pelo PDDI e enfatizaram sua importância. O secretário de Governo de Santana do Paraíso (RMVA), Everaldo Ciriaco da Silva, disse que a cidade é a maior em território na região. “Temos muito interesse no PDDI e estamos atentos ao documento”, afirmou.
O prefeito de Ipaba (Colar Metropolitano do Vale do Aço), Geraldo Reis, destacou que a expectativa é que o documento possa atender a todo o território. “Fico preocupado com a centralização das iniciativas em cidades como Ipatinga e Fabriciano”, ponderou. Ele contou que Ipaba é parceira do Estado e acolheu, inclusive, uma penitenciária. Uma prioridade da região, de acordo com ele, é a duplicação da BR-381.
Apesar de ser a maior produtora de aço do País, diversificação econômica da região para além da siderurgia foi defendida – Foto: Guilherme Dardanhan/ALMG
PDDI vai tramitar na Assembleia
A presidente da comissão e autora do requerimento que deu origem à reunião, deputada Rosângela Reis (Pode), e a diretora de Monitoramento e Avaliação da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, Luana Azevedo Temponi Godinho, explicaram que o conteúdo do PDDI vai integrar um projeto de lei e tramitar na Assembleia. É o que prevê o Estatuto da Metrópole.
Segundo Rosângela, o objetivo é que esse projeto seja amplamente discutido na Assembleia. “O PDDI é importante para desenvolver mais o território. É uma região estratégica, com PIB volumoso, pois conta com importantes empresas”, enfatizou.
Para a deputada, avanços importantes foram obtidos com a agência metropolitana e o PDDI, mas ainda há dificuldades. Ela conta que empresas ainda têm dificuldades de escoar a produção, por exemplo.
Histórico – A RMVA foi constituída pela Lei Complementar 51, de 1998, mas só foi efetivada em 2006. Ela é composta por quatro municípios (Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timóteo e Santana do Paraíso). Outros 24 compõem o colar metropolitano.
O PDDI levou cinco anos para ser elaborado e foi desenvolvido pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste). O plano define as ações que os municípios da RMVA deverão executar, em um prazo de 20 anos, nas áreas de saúde, educação, lazer, segurança pública, cultura, dentre outras.
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(Fonte: ALMG)