Um homem de 29 anos e uma mulher, de 37, foram presos na manhã desta quarta-feira (27/03/2019) durante uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes bancárias por meio de clonagens de cartões no Norte de Minas. De acordo com a PF, eles fazem parte de um grupo especializado em instalar dispositivos de captação de senhas e dados de cartões de clientes da Caixa Econômica Federal. Depois efetuavam saques, principalmente, de vítimas que os cartões não continham chip.
“O homem foi preso em um hotel em Montes Claros e a mulher em Icaraí de Minas, cidade que os dois residiam e mantinham contato com fraudadores de outros estados. Para cometer os saques, os dois compareciam a uma agência bancária pela manhã, que o movimento é menor, e instalavam os dispositivos eletrônicos que captavam dados da tarja magnética. Associado a isso, eles também instalavam uma câmera no caixa eletrônico que filmava as digitações das senhas. A partir daí eles recolhiam os equipamentos e produziam cartões com estes dados de clientes, geralmente, que tinham conta de algum benefício social, como bolsa família e seguro desemprego”, explicou o chefe da Delegacia da Polícia Federal em Montes Claros, Gilvan Cleófilas.
As investigações começaram há cinco meses depois que o próprio banco percebeu as fraudes e fez a denúncia. A Polícia Federal estima que prejuízo com a clonagem de cartões já chega a R$ 100 mil e mais de 400 vítimas, de Montes Claros e de outras cidades do Norte de Minas, já foram identificadas.
“Este número estimado de 400 vítimas é de pessoas que foram até a Caixa Econômica Federal e contestaram os saques, reclamaram. Para cada caso deste, o banco irá instaurar um procedimento interno. Se ficar comprovada a fraude, sem culpa da pessoa, a vítima é ressarcida”, esclareceu o delegado.
Dispositivo era instalado pelo grupo nos caixas eletrônicos — Foto: PF/Divulgação
Além das prisões, a PF também cumpriu três mandados de busca e apreensão. Objetos eletrônicos utilizados no crime e um veículo foram apreendidos. Os dois presos estão sendo ouvidos na tarde desta quarta-feira na delegacia da Polícia Federal e devem responder pelo crime de furto qualificado, já que eles utilizavam de destreza para as clonagens.
“O homem já foi condenado pelo Tribunal Regional Federal por crimes de clonagem de cartões bancários no Rio de Janeiro e aguarda, em liberdade, o julgamento do recurso. Ele também responde por roubo de equipamento bancário em São Paulo”, detalhou Gilvan Cleófilas.
Segundo as investigações, a quadrilha clonou cartões bancários e efetuou saques fraudulentos em várias cidades do Norte de Minas, entre elas: Bocaiuva, Janaúba, Januária, Montes Claros, Pirapora, São Francisco e Várzea da Palma.
O que diz a Caixa
Em nota, a Caixa disse que as informações sobre eventos criminosos em suas unidades são repassadas exclusivamente às autoridades policiais. O banco afirmou ainda “que coopera integralmente com as investigações dos órgãos competentes” e que “todos os clientes atingidos pela ação criminosa estão sendo integralmente ressarcidos”.
Membro do grupo criminoso foi flagrado por câmeras de segurança — Foto: PF/Divulgação
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(Fonte: G1 Grande Minas)