Agricultores se unem para levar água a comunidade rural no Norte de Minas

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O sonho de ter água encanada em casa uniu moradores de uma comunidade rural do município São João do Paraíso, Norte de Minas. Com o apoio da Emater e de outras entidades parceiras, as famílias adquiriram uma área com nascente e desenvolveram ações de recuperação e preservação do local. O grupo, agora, pretende canalizar a água até suas casas.






Ao todo, são 56 famílias morando na comunidade de Estiva. A falta de água canalizada em suas moradias gera dificuldades, não só com impacto na qualidade de vida, mas também prejudicando o desenvolvimento das atividades agropecuárias.

Atualmente, a água é retirada de poços com pouca vazão que, muitas vezes, secam no período de estiagem e, além disso, não são suficientes para todas as propriedades. O abastecimento da comunidade é complementado por caminhões-pipa.

História

Foi há três anos que as famílias decidiram mudar essa realidade. O grupo, após ser orientado pelos extensionistas da Emater-MG, resolveu comprar uma Área de Preservação Permanente (APP). O terreno, onde fica a nascente do Córrego São Vicente, tem 47 hectares e foi adquirido do proprietário por R$ 27 mil. O valor foi divido entre os moradores da comunidade. Com isso, eles passaram a ter um local para conseguir água de qualidade e em quantidade suficiente para suas casas.

“Tem pessoas idosas que perguntavam para que entrar no projeto. Eu incentivei as pessoas a pensarem em seus netos. Pensarem no legado que poderiam deixar pra eles”, conta a presidente da Associação Comunitária dos Moradores da Comunidade Rural de Estiva, Cleide de Moura.

Foto: Divulgação/Emater-MG

Preservação

Para garantir a preservação da nascente, foi feito o cercamento para evitar que a área possa ser pisoteada por animais. Outra intervenção foi o plantio de mudas de árvores nativas. Além disso, foram construídas bacias de captação de águas pluviais e enxurradas. Isto porque as bacias ajudam no reabastecimento do lençol freático e a conter processos de erosão e assoreamento.

“A vegetação nativa já se encontra bastante recuperada e a vazão de água corrente com um aumento significativo”, diz o técnico da Emater, Osvaldo Eleutério de Sousa.

As ações foram coordenadas pela Emater-MG, em parceria com a Associação da Comunidade de Estiva e participação da Prefeitura de São João do Paraíso, Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema), Polícia Ambiental, entre outros.

Próximo passo

Garantida a proteção e recuperação da nascente, as famílias pretendem realizar o sonho de ter água encanada em casa. Para isso, será preciso implantar um sistema de abastecimento comunitário. Os tubos para a rede principal serão fornecidos pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS – Montes Claros), sendo 2,5 km de tubulação de PVC de duas polegadas.
Como contrapartida, as famílias irão adquirir os hidrômetros e os tubos de PVC de 0,5 polegada para canalizar a água da rede principal até as suas casas. A associação, com o apoio da prefeitura, ainda irá construir uma pequena barragem de concreto próximo à nascente para captação da água por gravidade.

“Eu acredito que, hoje, o nosso trabalho é uma pequena semente. Mas que, daqui a dez anos, nós vamos começar a colher os frutos. Eu nãos sei se eu vou estar aqui, mas eu acredito em Deus que quem estiver vai colher bons frutos”, diz a presidente da associação.

Reconhecimento

O trabalho voltado para a preservação ambiental e proteção de nascente dos moradores da comunidade de Estiva, em São João do Paraíso, teve seu reconhecimento no prêmio “Melhor Ação da Emater”. O projeto ficou em primeiro lugar. “O Melhor Ação” é uma iniciativa da Emater, que seleciona os melhores projetos e ações no estado, desenvolvidos em seus escritórios.

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(Fonte: Agência Minas)

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