A cadeia produtiva das flores movimenta, anualmente, R$ 10 bilhões no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). Mas uma parte importante da cadeia, a dos produtores, acaba sofrendo com a grande quantidade de defensivos agrícolas e adubos químicos utilizados para manter as flores bonitas e duradouras.
Por isso, uma pesquisa desenvolvida no campus Montes Claros da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tem a missão de mostrar que é possível manter a produção atrativa para os consumidores reduzindo ou mesmo eliminando os agrotóxicos envolvidos.
“As flores são produtos agrícolas como outros e por serem valorizadas pela beleza, o produtor acaba aplicando uma grande quantidade de defensivos, o que tem causado problemas ambientais, contaminações e, principalmente, prejudicado a saúde dos trabalhadores”, explica a professora Elka Fabiana de Almeida, ao programa Veredas da Ciência.
Segundo ela, é possível controlar pragas e doenças nas flores sem utilizar agrotóxicos, fazendo o manejo de irrigação para otimizar o uso da água e também aplicando técnicas para aumentar a durabilidade dos produtos pós-colheita.
“Já percebemos que é possível cultivar as flores reduzindo os defensivos químicos e até mesmo os excluindo, por meio de defensivos alternativos como extrato de café, bicarbonato de sódio, óleos essenciais na pós-colheita de rosas, por exemplo. Temos resultados também com orquídeas em consórcio com ervas aromáticas, porque a presença de outras espécies aumenta a diversificação na área e reduz o número de pragas”, explica.
O foco principal da pesquisa é estimular os produtores de Minas Gerais e também do Brasil a terem a certificação dos seus produtos por meio de um selo que irá diferenciar as flores produzidas convencionalmente das flores produzidas de forma orgânica ou agroecológica.
A pesquisa é conduzida em parceria com o Instituto de Ciências Agrárias da UFMG campus Montes Claros, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), as universidades federais de Lavras e de São João del-Rei, e conta com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
Foto: Elka Almeida / UFMG
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(Fonte: UFMG e Hoje em Dia)