Polícia Civil vai devassar três instituições investigadas em caso de fraude em vestibular

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Investigadores vão procurar membros do grupo chamados de insiders, formado por funcionários da faculdade que possibilitariam que um candidato com baixo desempenho fosse aprovado no vestibular


Unec, em Caratinga: instituição afirma que colabora com investigações

Das 12 instituições de ensino apontadas pelas investigações que interromperam um esquema de fraude nos vestibulares de medicina, três serão devassadas pela Polícia Civil por causa de fortes indícios do que os investigadores chamam de venda de vaga direta, que custava entre R$ 120 mil e R$ 150 mil. Pelo sistema, bastava fazer a prova que a vaga era garantida, independentemente do resultado. Duas delas estão no Rio de Janeiro: câmpus da Universidade Nova Iguaçu (Unig) em Nova Iguaçu e em Itaperuna. A terceira é mineira, o Centro Universitário (Unec) de Caratinga, no Vale do Rio Doce, onde começaram as investigações. De acordo com o delegado Fernando Lima, que comanda o inquérito, os agentes da Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão nas três escolas.

Inicialmente é nessas instituições que a polícia procura os membros do grupo chamados de insiders, funcionários da faculdade que possibilitariam que um candidato com baixo desempenho fosse aprovado no vestibular. Na Unec de Caratinga, são admitidos 40 alunos por ano para cursar medicina. Em funcionamento há 12 anos, o curso já formou mais de 300 médicos. O vestibular da instituição é feito com 100 questões fechadas, divididas em dois turnos (manhã e tarde) e separadas em matérias com maior peso (caso de química, biologia e português) e menor peso (como de história e geografia). Há uma redação – são corrigidos apenas os textos dos 200 candidatos que obtiveram as melhores notas nas provas fechadas.

Segundo o pró-reitor de Administração da Unec, Eugênio Maria Gomes, o centro universitário vem colaborando com as autoridades há mais de dois anos, especialmente com a Polícia Federal, que chegou até a infiltrar agentes na rotina acadêmica para identificar criminosos. Gomes não acredita que haja problemas internos relacionados ao vestibular. “Temos plena convicção de que nosso procedimento está correto internamente. Não tomamos conhecimento algum de que somos alvo de venda direta, mas caso fique realmente provado pela polícia que isso está ocorrendo, vamos abrir um procedimento administrativo para investigar o que for preciso”, disse.

SEGURANÇA

Duas das 12 instituições que teriam sido vítimas da quadrilha se manifestaram ontem sobre o caso. A vice-reitoria da PUC Minas, Patrícia Bernardes, afirmou que a entidade investe continuamente em meios de garantir a lisura do vestibular, especialmente no caso da graduação em medicina, criada no segundo semestre de 2012. No último processo seletivo, 66,89 candidatos disputaram cada uma das 60 vagas. “Nunca tivemos nenhum tipo de fraude no vestibular. O curso de medicina tem uma concorrência extremamente elevada. Depois que ele foi implantado, tivemos de tomar inúmeras providências em relação à segurança do processo”, explica.

Por sua vez, a Univaço, em Ipatinga, divulgou ontem nota em que parabeniza a ação da polícia na prisão dos suspeitos. A instituição diz estar “sempre atenta a possíveis fraudes” e usar “procedimentos rigorosos” que garantem a “lisura do processo seletivo para o curso de medicina”. No texto, a faculdade afirma ter “grande interesse na elucidação dos fatos” e estar “à disposição para colaborar”.

Via EM

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