Motoristas profissionais de Bocaiuva discutem nova exigência de exame toxicológica para CNH

0

Por Douglas Rodrigues

O exame é capaz de detectar o consumo de substâncias tóxicas como cocaína, crack, maconha e anfetaminas, nos três meses anteriores a sua realização.

Os motoristas profissionais de caminhões, carretas e ônibus de Bocaiuva e em todo o país de acordo com a nova Resolução do Conselho Nacional do Transito, vão passar por um exame que detecta o uso de drogas em um período de 90 dias antes do teste.

A resolução do Contran vai tornar obrigatório o exame toxicológico, para emissão e renovação da carteira de motorista, nas categorias C, D e E. As análises terão que ser feitas em laboratórios credenciados, e o laudo apresentado junto com os exames exigidos pelo Detran.

Para os testes serão coletadas amostras de cabelos, pelos ou unhas. O exame vai mostrar se houve uso de maconha, cocaína, crack ou anfetamina até 90 dias antes da coleta. “A queratina presente nos pelos e cabelos aprisiona pequenas moléculas das drogas, tornando possível que nós as detectemos por um período maior. O resultado sai em aproximadamente 15 dias”, explica o diretor de laboratório Vicente Milani.

Se o resultado der positivo para o uso de drogas, a resolução também permite que seja feita uma contraprova, até 90 dias depois do exame. O motorista só vai poder retirar ou renovar a habilitação se esse novo teste der negativo.

O sindicato dos caminhoneiros reconhece que o rigor do exame vai barrar muita gente, e que será preciso fazer campanhas de conscientização entre os profissionais. “Tem que investir muito nessas campanhas, nessas orientações, para que a gente possa ter uma equipe boa”, ressalta José Apolinário Filho.

Transportadoras apoiam a medida, mas afirmam que não têm como arcar com o custo do exame, de R$ 350 a R$ 400. O teste teria que ser bancado pelos motoristas. “Para ele ser contratado pela empresa ele vai estar com os documentos todos em ordem, vai ter que estar. Então esse custo vai ser repassado para ele, infelizmente”, diz a supervisor de transportadora Transnorte João Hélio Correia.

Mesmo assim, dentro da boleia, a aprovação é quase geral. Os caminhoneiros sabem que esse vai ser o preço da segurança. “Quanto menos louco na estrada, melhor, e não precisa ir longe para ter notícias de como se transforma pontos de parada para descanso em verdadeiros pontos de venda de droga e prostituição”, diz o caminhoneiro José Apolinário Filho.

A resolução do Contran de nº 460, acrescentou a redação do art. 4º, inc. III da resolução de nº 425, já foi publicada em 27 de novembro de 2013, mas o órgão deu prazo até julho de 2014 para começar a exigir o exame.

PUBLICADO EM 05/12/13 – 10h24
Via Informativo D & D de Bocaiuva/MG

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui