Cerca de 600 pessoas acompanharam o cortejo da professora Helley de Abreu Silva Batista, de 43 anos, que morreu na noite de quinta-feira (5/10/2017), horas após o incêndio criminoso em uma creche em Janaúba (MG). O vigia Damião Soares dos Santos jogou álcool no local e depois ateou fogo nas crianças e nele mesmo. Além da educadora, sete crianças e o agressor morreram.
Segundo o delegado Bruno Fernandes, a professora lutou com autor para salvar os alunos; ela teve 90% do corpo queimado e morreu no hospital. Helley era casada e deixa três filhos, de 1, 11 e 13 anos.
Durante o cortejo, a multidão aplaudia enquanto cantava o hino “Segura na mão de Deus e vá”. Com rosas brancas nas mãos, seguiram o caminhão do Corpo de Bombeiros, que levava o caixão da professora. Dois ônibus foram disponibilizados para levar a população ao cemitério.
O cortejo seguiu para o cemitério São Lucas, onde as crianças também foram enterradas; Ana Clara Ferreira Silva, a única menina entre as vítimas, foi sepultada nesta manhã. Os corpos de Juan Miguel Soares Silva, Luiz Davi Carlos Rodrigues e de Juan Pablo Cruz dos Santos foram enterrados no início da tarde.
Multidão acompanhou o corteja de Helley Batista (Foto: Juliana Peixoto/G1 Grande Minas)
Vigia é enterrado sem velório nem presença de parentes
O vigia Damião Soares dos Santos foi enterrado na tarde desta sexta-feira em uma cerimônia discreta, sem seus familiares. Estavam presentes apenas os funcionários da funerária, de acordo com o gerente do cemitério, Miguel Fernandes Vasconcelos.
Ainda de acordo com o gerente, o corpo de Damião foi sepultado na mesma cova de seu pai, que morreu em 5 de outubro de 2014. “Só tinha a funerária aqui. Ninguém compareceu, nem da família nem amigo, se caso ele tivesse”.
A Polícia Civil informou que a família optou por não velar o corpo e não divulgar informações sobre o enterro por medo de retaliações.
O enterro de Damião aconteceu minutos antes do cortejo com o corpo da professora Helley Abreu Batista sair pelas ruas da cidade. O gerente do cemitério afirmou que algumas pessoas que estavam no local, aguardando a chegada dos corpos da educadora e de Renan Nicolas Santos, um dos alunos que morreram no ataque, desconfiaram que se tratasse do sepultamento de Damião.
“As pessoas não sabiam quem era, mas alguns perguntaram, suspeitaram, e comentaram que ele [Damião] não poderia ser sepultado no mesmo cemitério onde estavam as vítimas”, disse.
Apesar de ter sido enterrado na cova do pai, por enquanto não há uma cruz de identificação para Damião. A funerária disse que o acerto financeiro para o enterro foi feito pelo telefone.
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(Fonte: G1 Grande Minas)