Três lobos-guarás ganham novo lar em Ipatinga

0

O Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus) ganhou três novos moradores neste mês. Lobinha, Tíbia e Cauê, são lobos-guarás da espécie Chrysocyon brachyurus, que eram criados em cativeiros e foram trazidas ao zoológico por não terem condições de retornarem ao habitat natural. Os recém-chegados fazem companhia para mais 480 animais entre mamíferos, aves e répteis que já estão instalados no local.

As duas lobas foram as primeiras a chegarem. Apesar do mesmo destino, elas têm origens e histórias diferentes. A mais velha, a Lobinha, tem nove anos. Segundo o veterinário do Cebus, Lélio Costa e Silva, ele é considerada mansa, pois nasceu e foi criada em cativeiro.

Lobinha foi transferida do Cetas da Universidade Federal de Viçosa, e segundo o veterinário, por ser muito domesticada não sobreviveria sozinha na mata por isso foi trazida para o Cebus.

Já a loba Tíbia tem aproximadamente quatro anos, se comparada à idade humana seria por volta de 35. Ela veio do Cetas do Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Juiz de Fora. Segundo o veterinário, o animal foi atropelado e sofreu uma fratura na tíbia por isso recebeu esse nome.

“A loba não poderia ser solta, pois em épocas de frio o animal sente mais dor no local fraturado e isso poderia comprometer a sua vida em liberdade”, esclarece Lélio.

O último a chegar no zoológico foi o lobo Cauê, que veio para fazer companhia as fêmeas. O animal, que nasceu e cresceu em cativeiro, foi trazido do Zoológico de Alfenas para tentativa de pareamento e reprodução. Os animais passaram por exames e segundo o veterinário, estão com boa saúde.

As fêmeas de lobo-guará chegaram na Usipa na semana passada (Foto: Tuane Almeida/Usipa)

Espécie

A veterinária do Cebus, Cláudia Diniz, explica que a espécie Chrysocyon brachyurus, apesar de não ser considerada em perigo de extinção entra na classificação com o grau de ameaça.

“Em Minas Gerais é classificado como espécie Vulnerável. Estima-se que existam cerca de 23 mil animais na natureza, sendo um animal popular em todos os zoológicos. Está ameaçado principalmente por causa da destruição do cerrado para ampliação da agricultura, atropelamentos, caça e doenças advindas dos cães domésticos. No entanto, é adaptável e tolerante às alterações provocadas pelo ser humano”, disse.

Sobre a alimentação, Cláudia conta que Lobinha, Tíbia e Cauê, estão em dietas específicas. “Como os animais estavam em cativeiros, procuramos manter uma alimentação o mais próxima possível de da natural. No Cebus, fornecemos frutas em boa variedade, carne de boi e frango com ossos, ovos, presas vivas e como complementação nutricional ração para cachorro. No momento, os animais estão em fase de adaptação a esta dieta”, diz.

Animais são da espécie Chrysocyon brachyurus (Foto: Tuane Almeida/Usipa)

Projeto Fauna Sem Lar

As lobas pertencem ao Programa de Reabilitação da Fauna Sem Lar desenvolvido pelo Centro de Biodiversidade da Usipa, juntamente ao Instituto Estadual de Florestas, Polícia de Meio Ambiente e Associação de Proteção Ambiental do Vale do Aço (Arpava).

O objetivo do projeto é receber, tratar, medicar e reabilitar animais da fauna local, provenientes de apreensões, doações voluntárias ou maus-tratos apreendidos pela Polícia Ambiental e IEF.

VER PRIMEIRO

Receba as notícias do Aconteceu no Vale em primeira mão. Clique em curtir no endereço www.facebook.com/aconteceunovale ou no box abaixo:


(Fonte: G1 Vales / Patrícia Belo)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui