Um professor dos cursos médio/técnico do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) Campus São João Evangelista, no Vale do Rio Doce, é suspeito de ter cometido assédio sexual contra alunas nas dependências da instituição educacional. Conforme vários relatos de estudante em uma página da rede social Facebook, há muito tempo o educador tem comportamento fora dos padrões com suas educandas. A direção do Campus divulgou nota de repúdio e informou que os fatos serão apurados.
Os supostos assédios sexuais cometidos pelo professor ganharam repercussão nas redes sociais após uma vítima publicar um desabafo, de forma anônima, em uma página administrada por discentes da instituição.
“Vi o spotted sobre o professor que tentou estuprar uma aluna no IFMG de Ouro Preto, e senti a necessidade de falar sobre os assédios que ocorrem no nosso campus e é silenciado por medo e por vergonha ou por simplesmente ele ser um professor e as alunas “pedirem” como já ouvi varias vezes. Sou aluna e já me senti mal por passar por professores e ter que engolir goela abaixo os olhares que eles soltam sobre mim e sobre outras alunas. Já fui assediada durante uma SAB onde um dos professores que aplicava prova na minha turma, ficou do meu lado e começou a passar a mão na minha nuca, pescoço e cabelo, disse que eu tinha o cabelo macio e cheiroso e que queria poder beijar meu rosto. Terminei a prova com as mãos tremendo e soando, de medo e de nojo. Contei pra uma amiga que disse que ele não fez por mal e que não tinha dito mentira, segui em frente e tentei esquecer aquilo, mas sei quando sou elogiada e quando sou assediada, e eu fui assediada! Esse ano já escutei amigas minhas falando que esse mesmo professor já passou a mão nelas durante provas e durante as aulas. Vejo ele todos os dias no pátio, as vezes abraçado com alguma aluna, e vejo como aos olhos dos outros aquilo é feito sem maldade. Mas sei também que muita gente sabe da verdade e se cala. Só queria saber até quando vamos ter que ver e passar por isso em silêncio pelo fato de serem professores os que nos assediam todos os dias dentro da nossa própria escola”, desabafou a estudante.
A publicação recebeu centenas de likes e vários comentários de outros estudantes do Campus que confirmam o comportamento suspeito do professor. Uma outra aluna disse ter presenciado o educador passar a mão em partes do corpo de colegas.
“Eu não sei nem por onde começar, mas é muito triste. As piadinhas de duplo sentido sempre me deixaram constrangida, sem graça. Eu via cenas em que passava sua mão na perna, no rosto e nos cabelos das alunas e eu me sentia angustiada por elas. Sentia nojo de ter aquele ser como professor. Nunca fingi gostar dele e muito menos gostar de suas atitudes. Infelizmente eu tive medo de denunciar aquilo que eu via, aquilo que às vezes acontecia até mesmo comigo. E num momento em uma conversa com um dos professores do campus SJE eu relatei pra ele (que parecia amigável, mas na verdade era um falso) tudo o que eu via e como eu me sentia revoltada e com nojo daquela situação. E sabe o que o professor fez? Foi lá contar pra ele tudo que eu falei. E então começou a marcação comigo em sala de aula. Me senti ainda com mais nojo! A pior sensação é você se sentir insegura, independente de onde você esteja. Mas numa escola, é pior ainda. Eu tinha vontade de sair da sala cada vez que fazia uma piadinha “inocente” e sentia dó das meninas que caiam em cima dele e deixava ele passar a mão nelas e fazer insinuações apenas por ponto. Triste, mas é a realidade!”, disse outra aluna.
Após a repercussão do assunto nas redes sociais, a direção do Campus SJE se pronunciou oficialmente através de uma nota publicada no portal institucional. “O Instituto Federal de Minas Gerais Campus São João Evangelista, diante da repercussão de postagens em rede social, vem a público externar o repúdio a todo tipo de assédio. Esclarecemos que tal conduta não encontra nenhum respaldo da Direção Geral do Campus. Informamos que até o presente momento não foi recebida nenhuma denúncia formal sobre tais casos. Importante ressaltar que nenhum tipo de assédio será tolerado e que o IFMG apurará os fatos de forma imparcial, de acordo com os ditames legais e agirá de modo a preservar o (a) denunciante. Reforçamos que para tratar de assuntos dessa natureza, permanece à disposição a Coordenação Geral de Atendimento ao Educando (CGAE) do Campus São João Evangelista e a Ouvidoria Geral do IFMG através do e-mail ouvidoria@ifmg.edu.br”, diz a nota divulgada na tarde dessa segunda-feira (24).
“É necessário que os fatos sejam apurados! E para isto a denúncia tem que ser feita formalmente!”, reforçou uma professora da instituição.
Desabafo de aluna foi publicado em rede social (Foto: Reprodução/Facebook)
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Muito me admira o pronunciamento da direção do Instituto Federal de São João Evangelista! Tenho filhos que passaram por lá e ambos relatam a falta de respeito do referido professor. TODO MUNDO SABE de quem se trata!!! São piadinhas de duplo sentido, direcionadas a meninos e meninas. Olhares sem o menor escrúpulo. Inclusive a reação de um aluno em sala de aula repudiando o professor e tendo como resultado a perseguição durante todo ano letivo. É UMA VERGONHA!!! E SÓ NÃO TOMAM PROVIDÊNCIA PORQUE NÃO QUEREM!
Já passou da hora mesmo, todos sabem do que vem acontecendo no IFMG à anos. Ja vi relatos de aluna que desistiu de cursar certo curso superior pois teria uma disciplina ministrada por este professor, ja ouvi casos de piadas de duplo sentido em sala de aula, casos de dizer à alunas que só sairiam da sala se o beijasse, presentes que ele dava pra alunas e até um relacionamento mais sério com uma delas. Nunca vi nada disso, mas TODOS, eu digo TODOS os alunos e professores sabem do que vem acontecendo, pois os comentários são tantos que bastou um desabafo na rede social pra que diversos outros casos de assédio viessem a tona também. Agora muito me admira mesmo o posicionamento do IFMG, pois como foi relatado por uma aluna, ela mesmo chegou a dizer a um professor o que aconteceu e este defendeu o colega, o apoiando no que ele fazia, e que por vingança perseguiu a aluna o restante do ano. Gostaria muito de saber qual providencia a instituição irá tomar, pois trata-se de assédio sexual contra alunas de 15 a 17 anos, adolescentes que muitas vezes saem da casa dos pais, os mesmo pais que acreditam que seus filhos estão seguros e tendo uma grande oportunidade. Imagino que a instituição de ensino que é tida como referencia na região dessa vez, pelo menos dessa vez, terá de deixar de proteger um de seus queridos professores.
O pronunciamento da direção é falso, pois já tiveram alunas que procuram a direção para relatar sobre os assédios e eles simplesmente diziam que não poderiam fazer nada, e nunca se preocuparam em fazer. O professor não é o único culpado, a direção foi cúmplice.
Afinal de contas, que é o tal professor? Fiquei com medo de ser eu…
Pessoal , relatem.o caso ao Ministério Público da Comarca de São João Evangelista para que tomem as providências cabíveis,.não esperem que a escola tome qualquer iniciativa neste sentido, busquem o direito de vocês?! Se acaso estiverem receosos há a opção de procederem denúncia anônima.