O Presídio de Caratinga é o primeiro da 12ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp) a contar com o escâner corporal, que será utilizado para revistas de visitantes, presos e colaboradores. O investimento, de aproximadamente R$150 mil, é proveniente de recursos da conta de prestação pecuniária da Vara de Execução Penal da Comarca. A aquisição vai eliminar a revista vexatória, seguindo a linha de humanização do sistema de acordo com o Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap).
Além do conforto que será proporcionado para os familiares de detentos e trabalhadores do presídio, o escâner corporal também é muito mais eficaz na detecção de materiais e objetos ilícitos, como drogas e celulares, do que a revista convencional.
Os funcionários passaram por um treinamento para manusear o aparelho. A unidade de Caratinga já tem banquetas, bastões de raios-X, portal de detector de metais e o escâner de alimentos.
O secretário de Estado de Administração Prisional, Francisco Kupidlowski, esteve no presídio para a solenidade de inauguração. Segundo ele, a iniciativa reforça o compromisso da Seap com a cidadania, um dos pilares para se fazer uma boa gestão.
“Esse equipamento vai ajudar a unidade, seus colaboradores e funcionários de diversas formas. Melhorando o bem-estar de todos, auxiliando no trabalho dos agentes, entre outras vantagens. Afirmando assim o compromisso do Governo de Minas para melhorar a segurança. Com pequenas obras, podemos, sim, gerar grandes contribuições”.
Escâner é muito mais eficaz na detecção de materiais ilícitos (Omar Freire/Imprensa MG)
Aquisição
O valor total empenhado pela Vara de Execução Penal (VEP) foi de R$ 152 mil. Desse montante, R$ 8 mil foram destinados para a construção da sala que abriga o equipamento. E o restante, para o pagamento do contrato de aluguel do equipamento, cuja mensalidade custa R$ 12 mil. Dez presos, da própria unidade, trabalharam na obra de instalação do escâner.
A contratação do serviço foi realizada graças a um projeto elaborado pelo Conselho da Comunidade e apresentado à Vara de Execuções Penais (VEP). A juíza da VEP, Consuelo Silveira Neto, é a responsável pela aprovação da demanda. De acordo com ela, a ação destaca a união de esforços entre os poderes.
“A verba é proveniente de pagamentos daquelas pessoas que cometeram delitos. Então, usamos o dinheiro para prevenir a criminalidade e melhorar a segurança e a ressocialização na nossa comarca. Caratinga, mais uma vez, é exemplo do trabalho conjunto de todos para um bem comum”.
Essa é a quarta parceria entre o presídio e a VEP para melhorias no local. Com a verba disponibilizada pelo Judiciário já foi possível a construção de duas celas, que abrigam presos na triagem e no castigo; a cobertura parcial do pátio de banho de sol, que trouxe mais conforto para os familiares em dias de visitas; e o fechamento lateral da unidade, que melhorou a segurança do presídio.
A unidade é a 12ª do Estado a contar com o equipamento, que está presente no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem; no Presídio de São Joaquim de Bicas I e II; no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, Presídio Antônio Dutra Ladeira, Complexo Penitenciário Público Privado (os três em Ribeirão das Neves); no Presídio Professor Jacy de Assis e Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia; Complexo Penitenciário Doutor Pio Canedo, em Pará de Minas; no Complexo Penitenciário de Linhares, que conta com três unidades; e no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora.
Ressocialização
A unidade também se destaca pelos projetos de ressocialização, dos quais participam 40 detentos. Vinte pessoas privadas de liberdade estudam na escola instalada no local.
Há ainda oito reeducandos que trabalham na manutenção e horta da unidade, quatro custodiados e quatro detentos na entrega de alimentos nas galerias e, ainda, dois presos que auxiliam na cozinha. Todos os alimentos produzidos na horta são destinados a instituições de caridades da região.
O presídio também conta com o projeto “Costurando Liberdade”, em que cinco detentos produzem cuecas para uma empresa da cidade. Lucas Júnior da Silva é um deles. Ele está há quatro meses costurando e não sabia nada do ofício antes de entrar na unidade.
“Eu corto, costuro, etiqueto… E aprendi tudo com muita facilidade. Estou muito feliz aqui e mais ainda pela minha família que está orgulhosa de mim. Desse jeito, eu posso ajudá-los com o salário que recebo”, diz Lucas.
VER PRIMEIRO
Receba as notícias do Aconteceu no Vale em primeira mão. Clique em curtir no endereço www.facebook.com/aconteceunovale ou no box abaixo:
(Fonte: TJMG)