Escrivão da Polícia Civil pode ter sido morto por colega de trabalho

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Um laudo pericial, que ainda não foi divulgado oficialmente, aponta que o escrivão da Polícia Civil Allan Ferreira Couto, de 30 anos, natural de Araçuaí, e lotado na Delegacia de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, foi morto por um colega de trabalho, durante uma operação em que houve troca de tiros entre policiais e bandidos, no dia 6 de outubro, em Caçaratiba, distrito de Turmalina, na mesma região.

Ainda segundo familiares de Allan Couto, o policial confessou ser o responsável pelo disparo que atingiu a cabeça dele, durante a reconstituição da operação.

A informação foi divulgada na sexta-feira (18) por uma irmã do escrivão, através do Facebook. Ela não foi localizada para falar sobre o caso.

A única irmã do escrivão, Aline Ferreira Couto, postou em seu perfil no Facebook, na tarde desta sexta-feira (18/11/2016) que o investigador Aldson Veloso Machado, lotado em Capelinha, “atirou na cabeça de Allan, seu único, querido e amado irmão”.

A avó materna do escrivão disse, em Araçuaí, que os dois eram amigos e que haviam participado de um churrasco, dias antes do crime. Ela afirmou ainda que desconhece desavença do neto com colegas. “Ele era querido por todos”, destacou ela, acreditando que o caso pode ter sido uma fatalidade.

Ela disse que o neto dirigia a viatura, em que também estava o investigador Veloso Machado, e que no momento do tiroteio, Allan chegou a abaixar a cabeça e acabou atingido.

“É o que me informaram. A família ainda está muito abalada e a irmã dele (Aline) é que está resolvendo tudo. O pai do Allan está na fazenda, em Araçuaí, e a mãe dele, com a irmã, no Vale do Aço”, informou a avó do escrivão.

Ainda segundo ela, o policial responsável pelo disparo, esteve presente no sepultamento do colega em Araçuaí.

O delegado de Capelinha, Thiago Rocha Ferreira, e o policial Aldson Veloso não foram localizados para falar sobre o assunto. A Assessoria de Comunicação da Polícia Civil ainda não se pronunciou.

Informação foi divulgada pela irmã do escrivão através do Facebook (Foto: Divulgação)

Entenda

A Polícia Civil chegou a prender em Araçuaí quatro suspeitos de terem trocado tiros com os policiais, na operação que resultou na morte de Allan Couto.

Segundo o Delegado Thiago Rocha, eles eram cinco e considerados foragidos da penitenciária de Teófilo Otoni.

No dia 11 de outubro a PC prendeu em Araçuaí, um rapaz, de 24 anos, e no dia 26 outro, de 31 anos. Já em novembro, outro rapaz, de 23 anos, também foi preso, quando tentava fugir para a cidade de Ribeirão Preto, em um ônibus de linha convencional.

A Polícia Civil afirmou que havia provas do envolvimento dos suspeitos na morte do escrivão.

Três deles são de Araçuaí e outro, identificado como Álvaro Diego Sousa Mendes, é de Padre Paraíso e foi preso na última quinta-feira (17) em Araçuaí. O último dos envolvidos ainda não foi identificado e está foragido.

Allan Couto foi baleado durante operação policial que apurava um roubo que aconteceu na zona rural de Araçuaí. Ele, e outro policial militar, receberam informações de que os suspeitos estariam em Turmalina. Quando faziam a abordagem, no distrito de Caçaratiba, houve uma troca de tiros e o escrivão foi atingido na cabeça. Os bandidos estavam em dois carros roubados, que foram abandonados após o tiroteio. Eles conseguiram fugir.

Allan Couto foi socorrido e levado em coma, inicialmente, para o hospital de Turmalina. Devido a gravidade do ferimento, o policial foi transferido, de avião, no mesmo dia para o hospital João XXIII em Belo Horizonte, onde faleceu, dia 12 de outubro, após passar por cirurgias.

Ele foi sepultado em Araçuaí, onde moram seus pais e familiares. Allan Couto era casado e pai de uma menina de 1 ano e 6 meses.

Allan Ferreira Couto tinha 31 anos (Foto: Reprodução/Facebook)

(Fonte: Gazeta de Araçuaí)

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