A Polícia Militar (PM) de Capelinha foi acionada neste domingo (06/11/2016), pela Polícia Federal (PF), para cumprir um mandado em desfavor de um suposto cliente de uma quadrilha desarticulada por fraudes no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2016. A PF repassou aos militares o nome do candidato e a sala em que ele estaria, em uma escola do Centro da cidade, mas ele não apareceu.
Conforme matéria exibida no Fantástico, Capelinha está na rota das investigações da Polícia Federal (PF), que deflagrou em Montes Claros e em outros municípios do país a Operação Embuste. A cidade virou alvo após agentes federais descobrirem que um suspeito de envolvimento no esquema criminoso faria a prova na Escola Estadual Professor Antônio Lago. Porém, a abordagem ao homem não ocorreu. Como as provas do Enem são lacradas, ainda não foi informado se o suspeito chegou a fazer prova no sábado.
“Fomos informados de que teria esse alvo em Capelinha, nos posicionamos para abordá-lo, mas ele não foi fazer a prova. As únicas informações passadas foram o nome e a sala do suspeito, que serão mantidos em sigilo para não atrapalhar as investigações. Porém, toda a investigação é da Polícia Federal, nós da Polícia Militar de Capelinha apenas realizamos os procedimentos que nos foram solicitados”, informa o tenente Ramon Pires, da Polícia Militar de Capelinha.
Antônio Diego mostra equipamento usado pela quadrilha (Foto: Divulgação/PF)
As investigações foram iniciadas 15 dias antes das provas e continuam em todo o Brasil. A Polícia Federal descobriu que no primeiro dia do Enem 2016 a quadrilha transmitiria respostas das provas para Sete Lagoas, Capelinha e Belo Horizonte (em Minas Gerais), Vitória da Conquista (na Bahia) e Caucaia (no Ceará). O candidato Antônio Diego de Lima Rodrigues foi preso no Ceará, com um equipamento usado para receber o gabarito. O ex-estudante de medicina Rodrigo Ferreira Viana é apontado pela Polícia Federal como líder da quadrilha, que além do Enem fraudou outros vestibulares. Ele e outras dez pessoas foram presas durante a Operação Embuste.
A quadrilha utilizava equipamento sofisticado e, de acordo com o delegado da PF, Marcelo Freitas, cobrava entre R$ 150 e R$ 180 mil reais, a depender da universidade que o candidato pretendia ingressar.
Rodrigo Ferreira Viana é apontado como chefe da quadrilha (Foto: Reprodução/Fantástico)
Sofia Macedo
Após a exibição da matéria no Fantástico, onde foi exibida a foto da estudante Sofia Macedo, que é de Carbonita e mora em Belo Horizonte, muitos capelinhenses imaginaram que ela seria a pessoa investigada em Capelinha. Porém, conforme a Polícia Militar, a pessoa que seria abordada na Escola Antônio Lago é um homem.
Sofia Macedo está sendo hostilizada em seu perfil no Facebook por milhares de pessoas. A ela é atribuída uma voz, gravada pela Polícia Federal, que faz parte de uma conversa com um dos suspeitos da fraude. No esquema, o fraudador pediu à estudante para tossir, uma ou duas vezes. Esse era um código para confirmar se ela estava ouvindo ou não as respostas da prova.
Reportagem do Fantástico
(Com informações do Jornal Local/Rosa Santos)