Irmãs mineiras continuam desaparecidas em Portugal

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Um desaparecimento sem explicações. As irmãs Michele Santana Ferreira, de 28 anos, e Lidiana Neves Santana, de 16, naturais de Campanário, no Vale do Rio Doce, sumiram há cerca de quatro meses, para o desespero de sua mãe, Solange Santana. A última informação que ela teve das filhas é que iriam para Londres, na Inglaterra. As duas estavam em Portugal. Além delas, Thayane Mila Mendes Dias, de 21 anos, de Nova Venécia (ES), que é amiga de Lidiana, também está desaparecida.

Segundo Solange, Michele residia em Lisboa havia oito anos e Lidiana, há três meses. Thayane estava em Portugal havia apenas 23 dias. Solange reclama da falta de informação por parte das autoridades responsáveis pelo caso. “Me falaram que a delegada responsável pelo caso aqui no Brasil está de férias, descansando. Lamentável, mas é verdade. Se ela está de férias, tudo está parado. Estou sem resposta e sem explicação, ninguém me diz nada, estou há quase quatro meses sem resposta.”

Para acompanhar o caso mais de perto, Solange pretende ir a Portugal. “Irei assim que arrecadarmos dinheiro. Estamos fazendo uma campanha pela internet, que uma amiga está organizando, para arrecadarmos a verba para irmos para lá”, disse. A campanha está no site: https://www.gofundme.com/26v5ajgc. Até o fechamento desta edição, o valor arrecadado chegava a 3.609 dólares.

As mineiras Michele e Lidiana e a capixaba Thayana (foto: Divulgação/Álbum de Família)

MISTÉRIO

Irmão de Michele e Lidiana, Vinicius Santana Ferreira, de 31 anos, conta que a última mensagem enviada pela irmã mais velha foi em 29 de janeiro. Áudios que eram gravados por ela e enviados para o grupo da família no WhatsApp deixaram de ocorrer. Ele conta ainda que o Facebook de sua irmã foi apagado. “Uma colega nossa hackeou o Facebook da Michele e viu que tudo dela estava apagado. E essa pessoa que apagou as informações estava em Conselheiro Pena.”

Vinicius comenta ainda que essa história estranha começou ano passado. “Em outubro entraram na residência da Michele e roubaram seus documentos e também os papéis que ela estava mexendo para se casar com seu companheiro na época. Ele pediu a Michele em casamento. Mas três dias depois desse fato, minha irmã foi agredida na rua por uma pessoa encapuzada, que não roubou nada dela. Uma amiga dela que mora em Portugal disse que Michele foi à delegacia e registrou um boletim. Segundo essa amiga, o delegado disse à Michele que quem roubou seus documentos seria uma pessoa conhecida que tinha acesso ao lugar.”

A suspeita da família é que o companheiro de Michele na época, e que atualmente está no Brasil, sabe o que aconteceu. “Ele é o único que sabe o que aconteceu com as três. Mas como ele veio embora para o Brasil fica difícil para a polícia de lá trabalhar. No Brasil, o rapaz deu um depoimento em Belo Horizonte, na Polícia Federal, e ele disse que não sabia de nada e que elas estariam viajando. Viajando para onde, se não foi registrada a saída delas do país [Portugal]? A Michele não deixaria nossa mãe sem notícias. A ligação que tinha com minha mãe era muito forte. Tem muita lacuna nesse caso. Queremos respostas sobre o desaparecimento delas”, afirmou Vinicius, acrescentando que Michele estava grávida de 2 meses.

SEM REGISTRO

No site da Interpol, além dessas três jovens mineiras, consta o registro de 74 pessoas de nacionalidade brasileira desaparecidas. A Divisão de Comunicação Social do Departamento de Polícia Federal afirmou por meio de nota que não tem novas informações sobre o desaparecimento das jovens. Contudo, comentou que contribui com as investigações. “A Polícia Federal auxilia nas investigações, que estão a cargo da polícia portuguesa.”

O Itamaraty informou por telefone que acompanha o caso desde fevereiro e que tem prestado todo o apoio à família. Tem mantido contato com as autoridades que acompanham o caso. Segundo o Itamaraty, a informação que recebeu das autoridades migratórias portuguesas e britânicas é que não há registro de saída dessas brasileiras do território português e nem de sua entrada no Reino Unido. Ainda de acordo com o Itamaraty, a Polícia Federal incluiu o caso no sistema de alerta da Interpol, e a embaixada do Brasil em Lisboa também acompanha o caso por meio do seu adido policial.

Thayana (de azul) é amiga de Lidiana (Rosa) (foto: Divulgação/Álbum de Família)

POLÍCIA FEDERAL

Na tarde deste domingo, a Polícia Federal Brasileira compartilhou em sua página oficial no Facebook uma imagem sobre o desaparecimento de Lindiana Neves Santana.



(Fonte: Diário do Rio Doce)

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