Coelhão volta à elite do futebol brasileiro

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Foi com muito drama, sofrimento e tensão, mas a tão almejada promoção do América à Série A finalmente veio na tarde deste sábado (21/11). O time alviverde esteve longe de apresentar bom futebol e por vezes deu sinais de que não conseguiria cumprir sua missão diante de sua torcida, no Estádio Independência. O valente Ceará, que briga contra o rebaixamento, se impôs e fez jogo duro ao abrir o placar com Siloé no começo da partida. Porém, a multidão vestida em verde, preto e branco, que compareceu em bom número à arena do Horto, explodiu de alegria com o gol do acesso marcado por Wesley Matos ainda na etapa inicial.

A corrente de oração depois do jogo, embalada pelos gritos de “Ah, é Givanildo!” e “Coelhôôô!”, mostrou bem a união do grupo ao longo da temporada. Se em muitas partidas o América não se mostrou brilhante, por outro lado esbanjou força de vontade e disposição. Um grupo bastante reformulado, com folha salarial estimada em R$ 450 mil – uma das menores da Série B –, superou as desconfianças de quem projetava um papel de coadjuvante no início do torneio.

Além do América, sobem à Série A de 2016 o campeão Botafogo, o Santa Cruz e o Vitória. O empate em casa fez os mineiros caírem para o quarto lugar, com 64 pontos, quatro a mais que o quinto Bragantino. Vitória e Santa, que bateram respectivamente Luverdense e Mogi Mirim por 3 a 0, ganharam segundo e terceiro lugares. Talvez o grande responsável pelo grande feito mineiro seja o técnico Givanildo Oliveira. Dono de um estilo calmo e conservador, o pernambucano de 67 anos teve o grupo em suas mãos durante toda competição, sendo um símbolo de experiência e respeito para todos. Identificado com o clube, Givanildo alcança seu sexto acesso na carreira, sendo o terceiro pelo América. Antes, ele ganhou a Série B de 1997 e a C de 2009.

Estádio cheio, torcida empolgada e o América precisando apenas de um empate para subir à Série A sem depender de outros resultados. A festa estava pronta no Independência. Em campo, porém, faltou combinar com o Ceará, desesperado na luta contra o rebaixamento. Aos 11min de jogo, Wescley cobrou falta, Rafael Costa ganhou de Xavier na bola alta e encontrou Siloé na pequena área. O substituto de Ricardinho no meio-campo chutou forte e fez 1 a 0. Balde d’água gelada no time do Coelho, que, até então, só havia chegado ao ataque numa finalização de fora da área de Marcelo Toscano.

Nervoso, o América abusava muito de chutões, principalmente com seus zagueiros, que preferiam a bola mais longa aos passes curtos. O mais lúcido da equipe era Marcelo Toscano. Por vezes, o camisa 10 precisava tirar de um ou dois adversários para conseguir algum lance produtivo. Mas o lado direito, onde o alviverde insistiu na etapa inicial, estava improdutivo, uma vez que Pablo e Walber não conseguiam dar prosseguimento às jogadas de ataque. Para piorar a vida dos mineiros, em Curitiba, o Bragantino abria 1 a 0 sobre o Paraná.

Mas os milhares de torcedores presentes no Horto não mereciam tanto sofrimento. Não seria justo um roteiro semelhante ao de 2014, quando a equipe bateu na trave, ainda que em circunstâncias distintas. Assim, aos 43min, o grito preso na garganta do público ecoou tão alto, mas tão alto, que seria possível ser ouvido de bairros vizinhos como Sagrada Família, Santa Tereza e Floresta. Tudo porque Wesley Matos desviou de cabeça o cruzamento de Pablo e empatou a partida: 1 a 1. Se terminasse ali, Coelho estaria novamente na Série A.

Nada, porém, estava definido. Fortes emoções viriam nos últimos 45 minutos. Aos 6min, o Ceará só não fez o segundo gol porque Rafael Costa chegou atrasado no lance em que Alex Amado bateu rasteiro para a área. Aos 16min, o lateral-esquerdo Fernandinho cobrou falta de longe e assustou João Ricardo. Naquela altura, a equipe nordestina se mostrava temerosa por causa da permanência na zona de rebaixamento. Quatro minutos depois, o árbitro Wagner Reway expulsou o zagueiro Alison, do Coelho, e o atacante Siloé, do Ceará, que se envolveram em confusão.

A partir do momento em que as configurações das duas equipes mudaram, o América melhorou na partida. Aos 22min, Pablo teve a grande chance da virada ao driblar o goleiro Éverson. O chute, no entanto, foi bloqueado por Charles, já em cima da linha. Tony, quase da marca do pênalti, exigiu grande defesa do goleiro cearense e por pouco não enlouqueceu a torcida.

Lisca, técnico do Ceará, partiu para o “tudo ou nada” ao fazer três substituições de uma só vez – Fabinho, Júlio César e Mazola nos lugares de João Marcos, Alex Amado e Rafael Costa. Já Givanildo Oliveira preferiu guardar as mexidas para o fim. Rodrigo Souza e Diego Lorenzi entraram para fechar a defesa. O América se segurou do jeito que deu. Até Richarlison, cuja responsabilidade é de fazer gols, acabou expulso ao cometer uma falta perigosa perto da meia lua. Para delírio do público, Júlio César cobrou na barreira. Foi a última chance do Ceará até o apito final de Wagner Reway, que garantiu o acesso americano. Série A, o Coelho vem aí!

(Fonte: Super Esportes)

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