Coronavírus: 173 pessoas internadas em hospitais brasileiros tiveram alta nas últimas 24 horas

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Dados do Ministério da Saúde mostram que 173 pessoas que haviam sido internadas com covid-19 tiveram alta do leito ou da Unidade de Tratamento Intensivo nas últimas 24 horas. É a primeira vez que pasta divulga número de pacientes recuperados da doença, causada pelo novo coronavírus. 

Os gestores do Ministério da Saúde disseram que pretendem passar a informar os números de pacientes recuperados em breve

O Brasil chegou a 667 mortes por covid-19, segundo atualização do Ministério da Saúde divulgada hoje. O número representa um aumento de 20% em relação a ontem (6), quando foram registrados 553 óbitos.

Isolamento social

Em entrevista coletiva à imprensa nesta terça-feira (7), o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta defendeu a nova orientação que prevê a possibilidade de estados e municípios adotarem um isolamento seletivo, caso cumpram determinadas condições. Ele afirmou que essas orientações foram um pedido dos governadores e o Ministério ofereceu parâmetros.

“Aquilo são princípios. Mas o Ministério da Saúde nunca é quem adota o grau de rigidez. Os estados pediram: deem a nós alguns critérios. Somos país de 215 milhões. Temos cidades que não têm nenhum caso e fez paralisia total das suas atividades”, comentou Mandetta.

“Não estamos falando de abrir tudo. Por precaução, se tenho metade dos leitos disponíveis, é razoável que comece a vida voltar à normalidade. Não podemos ter movimento de manada, achando que lugares são iguais. Mas é óbvio que em determinadas situações, em localidades, a depender do contexto epidemiológico, o gestor pode estabelecer bloqueio total”, acrescentou o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira.

No estado do Rio de Janeiro, o governo emitiu decreto liberando o comércio de 30 municípios onde não há casos do novo coronavírus. Em Minas Gerais, 150 municípios flexibilizaram as regras de distanciamento social.

Medicamentos

Os representantes do Ministério da Saúde anunciaram a publicação de um protocolo sobre os medicamentos e métodos de tratamento da covid-19. Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia da pasta, Denizar Vianna, há nove ensaios clínicos ocorrendo neste momento, envolvendo 100 centros de pesquisa.

O ministro Mandetta acrescentou que a hidroxicloroquina pode ser adotada em casos de gravidade média e alta, ou até mesmo em outras situações, se for essa a decisão do médico. Mas que o ministério não recomendará o uso profilático (de quem não está em situação grave ou média) enquanto estão sendo avaliados problemas relacionados à aplicação dessa droga.

“A caneta está com o médico. Médico se responsabilizar individualmente, ninguém vai reter receita de ninguém.  Mas para que nós possamos assinar que Ministério da Saúde recomenda que se tome medida, precisamos de tempo para saber se isso pode se configurar numa coisa boa ou ter efeito colateral”, disse o ministro.

Segundo Denizar Vianna, como a hidroxicloroquina pode causar complicações, ela seria mais indicada em pacientes internados em unidades de saúde, onde há maior controle dos efeitos colaterais.

“O que nos preocupa é o potencial de gerar arritmias cardíacas. Esse medicamento pode produzir um prolongamento de uma das fases elétricas e criar ambiente para arritmia que pode ser fatal. Ela tem que ser muito bem acompanhada. Antes de fazer o medicamento, tem que fazer eletrocardiograma para documentar se isso vai acontecer. Daí a importância de acontecer tratamento no ambiente hospitalar”, ressaltou Vianna.

Postos conectados

Luiz Henrique Mandetta anunciou também que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) vai viabilizar a conectividade dos mais de 16 mil postos de saúde de todo o país, alcançando todo o território nacional.

“A gente sempre sonhou que é interligar o sistema todo. O passo seguinte é captar as informações em tempo real. Acho que será um marco e a chamada para contratação começou segunda e deve ser finalizada até o fim de abril. As empresas farão voluntário nos primeiros quatro meses”, explicou o titular da pasta da saúde. 

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