Bacia do Ribeirão do Boi ganha atlas com principais características e potencialidades

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Uma parceria entre a Emater-MG e o Instituto BioAtlântica (Ibio) irá ajudar na preservação e desenvolvimento da Bacia do Ribeirão do Boi, que integra a Bacia do Rio Doce, no Leste de Minas Gerais. Técnicos das duas empresas elaboraram um atlas com as principais características e potencialidades do manancial, que servirá de base para o desenvolvimento de ações e ocupação do espaço. O material será lançado nesta quinta-feira (1/9), em Caratinga.

A elaboração do Atlas da Bacia do Ribeirão do Boi começou há um ano e foi realizada pelo Departamento de Geoprocessamento da Emater-MG e por técnicos do Ibio. O trabalho teve como base o projeto Território Sustentável do Ribeirão do Boi, desenvolvido ao longo de cinco anos pelo Ibio. Também foram utilizadas imagens de satélite.

“O atlas é um instrumento para o planejamento e implementação de intervenções na bacia, visando a geração de renda, preservação e recuperação ambiental”, diz o coordenador técnico estadual de Manejo de Bacias Hidrográficas da Emater-MG, Maurício Fernandes.

Para a elaboração do atlas foi utilizada a metodologia Zoneamento Ambiental Produtivo (ZAP). Fernandes explica que, com base nessa metodologia, foi feita a delimitação da região do Ribeirão do Boi, depois a sua caracterização e o balanço hídrico (disponibilidade de água).

Além disso, o atlas apresenta um plano de adequação da bacia para a continuidade dos trabalhos, que visam potencializar a produtividade sustentável da região de forma a agregar desenvolvimento social e econômico, em equilíbrio com a preservação ambiental.

O coordenador ressalta que, em todo o processo, foram considerados os fatores físico (solo, relevo etc) e socioeconômico. “Esses meios estão correlacionados e interagindo o tempo todo”, diz.




As principais unidades de paisagem presentes na Bacia do Ribeirão do Boi são: topos de morro, várzeas (terraços fluviais), lagoas e afloramentos de rochas. De acordo com Maurício Fernandes, a região é bastante representativa da Bacia Hidrográfica do Rio Doce. Segundo ele, o trabalho desenvolvido pode servir de base para outras ações em toda a extensão do Rio Doce.

De acordo com a coordenadora de projetos do Ibio na região, Narliane Martins, o documento oferece, ainda, uma caracterização geral da bacia em vários aspectos, como: dados sociais, atividades econômicas, uso e ocupação do solo e hidrografia.

“O atlas reúne informações que podem subsidiar organizações do setor público, iniciativa privada e sociedade civil nas tomadas de decisões, planejamento e gestão do território. Além de dados que possibilitam esses atores locais a desenvolverem suas próprias análises do cenário, indicamos caminhos e ações baseados no conhecimento e experiência técnica que construímos ao longo do projeto na região do Ribeirão do Boi e da bacia do Rio Doce”, diz Narliane Martins, coordenadora de projetos do Ibio.

O atlas elaborado pela Emater-MG e o Ibio ainda traz orientações sobre as atividades produtivas mais viáveis para serem desenvolvidas na bacia hidrográfica, que banha os municípios de Caratinga, Bom Jesus do Galho, Entre Folhas e Vargem Alegre. Entre elas estão a fruticultura, olericultura, pastagens, silvicultura e a implantação de áreas de preservação permanente.

Nas áreas já ocupadas, “há muito potencial nas planícies para o desenvolvimento planejado de uma agricultura de elevada produtividade. Nas declividades, são viáveis as pastagens e a silvicultura. Nas lagoas, além do turismo, pode-se desenvolver a piscicultura”, diz Maurício Fernandes.

Há cinco anos, o Ibio trabalha com o levantamento de informações e na identificação de ações que possam ajudar no desenvolvimento sustentável da Bacia do Ribeirão do Boi. Para isso, o Instituto conta com o apoio de diversos parceiros, inclusive a Emater-MG.

Segundo Narliane Martins, a elaboração dos Atlas da Bacia do Ribeirão do Boi representa a consolidação do conhecimento desse projeto. “O Atlas vai contribuir muito para o desenvolvimento e o uso sustentável do manancial, além de ser uma referência para a Bacia do Rio Doce”, diz.

De acordo com o Ibio, serão impressos 2 mil exemplares e distribuídos para órgãos públicos, lideranças, escolas e instituições de assistência técnica e extensão rural locais. (Agência Minas)

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