“Existe peleumonia. Eu mesma já vi várias. Incrusive com febre interna que o termômetro não mostra”. Com essa resposta, a médica Júlia Rocha, encerra o assunto que movimentou as redes sociais esta semana. A mineira também é cantora e participou do programa The Voice Brasil no ano passado. A mensagem dela, publicada no fim da noite de sexta-feira (29/7), passava de 30 mil compartilhamentos e mais de 50 mil curtidas no momento da publicação desta matéria.
A polêmica começou depois que o médico Guilherme Capel publicou foto zombando da maneira como os pacientes falam. Na selfie, o profissional aparece com um receituário com o deboche: “Não existe peleumonia nem raôxis”.
Depois que a polêmica viralizou e ele foi afastado das funções de plantonista do Hospital Rosa de Lima, em Serra Negra (SP), Gabriel pediu desculpas: disse que a imagem não passava de uma “brincadeira de Facebook” e pediu para não ser julgado.
Em aula de humanidade e respeito, a resposta de Júlia incorpora oralidades típicas da língua portuguesa no Brasil e cita disintiria, quebranto, mal olhado, impíngi, cobreiro, vento virado, ispinhela caída.
A médica continua: “Eu tô aqui pra mode atestá. Quem sabe o que tem é quem sente. E eu quero ouvir ocê desse jeitinho. Mode a gente se entendê. Por que pra mim foi dada a chance de conhecê as letra e os livro. Pra você, só deram chance de dizê.” E conclui: “Pode dizê. Eu quero ouvir.”
Publicação da médica mineira
Publicação do médico Guilherme Capel
Campanha do MPMG
Em solidariedade ao mecânico José Mauro de Oliveira Lima, de 42 anos, que estudou até o segundo ano do ensino fundamental, não sabe como falar corretamente algumas palavras e foi vítima de um deboche do médico Guilherme Capel, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) aproveitou a repercussão do tema para lançar a campanha na internet #PorUmMundoComMaisRespeito. “Peleumonia? Que tal tratarmos isso com mais educação?”, questiona uma mensagem do MPMG.
(Fonte: Estado de Minas / O Tempo)