Início Minas Gerais Diretora da Vale afirma que acidente liberou metais tóxicos que já estavam...

Diretora da Vale afirma que acidente liberou metais tóxicos que já estavam no fundo do Rio Doce

0

Metais como chumbo, arsênio, cromo e níquel foram encontrados em alguns pontos do Rio Doce, logo após a passagem da onda de rejeito de minério que desceu o curso d’água com o rompimento da barragem do Fundão, no último dia 5 no município mineiro de Mariana. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (27/11), em entrevista coletiva convocada pela empresa Vale. A barragem era operada pela Samarco, uma sociedade entre a Vale e a BHP Billiton.

A diretora de Recursos Humanos, Saúde e Segurança, Sustentabilidade e Energia da Vale, Vania Somavilla, sustentou que esses elementos químicos não estariam dentro da barragem, mas nas margens e no fundo do rio, e acabaram sendo misturados à água pela passagem do volume de lama.

“Quando ela [barragem] se rompe, e aquilo sai lavando as margens, ela pode ter recolhido algum tipo de material que estava presente nas margens, de origens as mais diversas. Além disso, pode ter revolvido o fundo e efetivamente, em alguns pontos, foram detectados chumbo e arsênio ao longo do rio”, disse Vania.

Ela citou laudos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas, que também detectou cromo e níquel. “A ressuspensão do material de fundo, ocasionada pelo deslocamento da pluma do rejeito, pode ter disponibilizado para a água esse material depositado ao longo de centenas de anos no leito do rio”, disse Vania, citando relatório técnico. Ela ressaltou que esses materiais não se dissolvem na água, o que não teria gerado contaminação.

O diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, que visitou o local da tragédia, classificou de doloroso o episódio. “É com a alma triste e consternada que estamos aqui, com nove mortos e dez desaparecidos confirmados oficialmente, e muito preocupados, porque existem 5.200 pessoas que não sabem a respeito de seu futuro: funcionários diretos e indiretos da Samarco. Para mim, é extremamente doloroso fazer parte de um momento em que, em vez de preservar a vida, que é o primeiro valor da Vale, acontece uma circunstância dessas”, disse Ferreira.

Durante a coletiva, foi anunciada a criação de um fundo voluntário e sem fins lucrativos, entre a Vale, a BHP e a Samarco, para recuperar o Rio Doce e seus afluentes. Entre os objetivos, estão a recomposição da mata ciliar e da qualidade da água e da fauna aquática.

As informações da matéria foram obtidas em um texto enviado pela assessoria da Vale e no vídeo da entrevista disponibilizado pela empresa na internet. (Agência Brasil)

SEM COMENTÁRIOS