Mulher que nasceu no Vale do Jequitinhonha comemora 108 anos de vivência

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Mesmo aos 108 anos de idade, um pouco trêmula e com as vistas danificadas pelo tempo, Ana Martins ainda faz crochê e tricô.

“A única coisa que peço a Deus é saúde para eu continuar minha vivência”. Com uma leve dificuldade para falar, mas bastante lúcida, esse o sentimento de Ana Martins de Jesus, que já viveu mais de um século. Aos 108 anos de vida, ela ainda quer continuar o que ela chama de “sua vivência”. Mas pondera, que quer isso, desde que tenha saúde. Ela é uma das mulheres mais velhas da cidade.

Com muita alegria ela diz que ainda quer continuar sua vivência – Foto: Moises Silva/O Tempo

As várias rugas no rosto escondem as inúmeras histórias de vida de uma senhora que nasceu em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. De onde ela ainda guarda muitas lembranças. “Lá eu trabalhava na roça e também era dona de casa. A vida lá era boa, mas também tinha muita pobreza”, conta. Ela já nem se lembra em que ano veio pelo Belo Horizonte, mas se apaixonou pela cidade e foi nela que criou os sei filhos.

Veja o vídeo com idosa contando um pouco sobre sua vida:

A família cresceu tanto que ela já nem faz ideia de quantos netos, bisnetos e tataranetos tem. “Já tenho muitos tataranetos. Agora meus filhos morreram todos. Eu enterrei todos eles e é minha neta quem cuida de mim”, se orgulha. Ana foi morar na casa da neta com a condição de que pudesse levar sua geladeira e passou a ter um canto reservado para ela.

É no seu quarto que ela se dedica a sua paixão. Mesmo aos 108 anos de idade, um pouco trêmula e com as vistas danificadas pela tempo, ela ainda faz crochê e tricô. “Eu faço bicos em panos de prato e em toalhas. Além disso faço também forro de mesa. É bom que eu não fico parada e ainda consigo tirar um ‘trocadinho’”, brinca a idosa. Ela vende para uma loja alguns dos artesanatos que faz.

Atualmente ela já não tem mais como se dedicar aos afazeres doméstico. Muito religiosa, ela faz questão de ir à missa aos domingos. Nas suas orações, ela pede a Deus que ainda lhe dê mais alguns anos de vida para que possa tricotar mais histórias e servir de inspiração e orgulho para os filhos e netos dela.

(Fonte: Jornal O Tempo)

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