Precisamos de energia para tudo. Para mover as máquinas, os carros, os aviões e até mesmo as nossas próprias vidas. O planeta precisa de energia para promover todos os seus ciclos internos. Considerando o histórico de evolução do ser humano no planeta terra e a sua necessidade de energia, verificamos que o nosso crescimento e desenvolvimento foi baseado, ao longo dos últimos dois séculos, nas fontes de energia não renováveis como o petróleo e o carvão mineral. Atualmente, com todas as crises energéticas e econômicas e as atuais demandas mundiais, estamos tentando mudar este quadro desenvolvendo novas tecnologias para a exploração das energias renováveis, reduzindo a pressão sobre as fontes não renováveis que comprometem o equilíbrio dos biomas aqui na superfície do planeta. Dentro da visão de renovação e energia limpa nada melhor do que as plantas para atuarem neste processo, as plantas produtoras de biocombustíveis e bioenergia.
As plantas são maravilhosas máquinas naturais capazes de transformar dióxido de carbono, nutrientes e água sob ação da energia solar, em milhares de compostos orgânicos pelo processo da fotossíntese. Graças a este processo, através do fornecimento de alimentos, a vida dos animais e do homem está garantida, mas na prática, precisamos de mais. Além de fornecer energia para as máquinas biológicas, precisamos que as plantas nos forneçam energia também para o funcionamento dos nossos carros, casas, indústrias e tudo mais que dependa do consumo de energia ou de sua transformação. Este processo passa pelo carvão vegetal, pelo etanol e pelo biodiesel. O cultivo das plantas energéticas de forma racional nos garante uma transferência infinita de energia do sol para os nossos sistemas produtivos que apresenta uma demanda que cresce a cada dia.
Então, com isto, os problemas energéticos mundiais estariam resolvidos? Não! Todo sistema produtivo vegetal é complexo e depende de uma grande interação de fatores de solos, clima, nutrientes minerais, água e o chamado melhoramento genético vegetal. O nosso conhecimento sobre as plantas é muito vasto. Conhecemos a sua fisiologia, como se desenvolvem, quais compostos produzem, as suas características genéticas. Precisamos agora desenvolver plantas cada vez mais eficientes em produzir o que precisamos: compostos que servirão de matéria prima para produção de combustíveis renováveis.
Somos capazes de desvendar o código genético das plantas e descobrir o comando de cada sequência e estimular as plantas a produzir cada vez mais compostos energéticos e cada vez mais rápido, aumentando a eficiência do processo produtivo. Esta linha de pesquisa é de grande importância pois tornaríamos os maiores produtores de biocombustíveis do planeta sem a necessidade de expansões territoriais para cultivo das plantas, sem desmatamento, sem impactos ambientais significativos.
As grandes nações do futuro serão aquelas detentoras das tecnologias de geração de energia: a solar, a eólica e a de biocombustíveis, dentre outras, mas para isto precisamos investir mais significativamente em ciência e tecnologia. Sem esta tecnologia continuaremos sendo tratados mundialmente como meros fornecedores de matéria prima. Temos muito que aprender com os tigres asiáticos.
Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?
– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;
– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br