Foi sepultado no domingo (9) em Itaobim, no Vale do Jequitinhonha (MG) o corpo de Brasiliano Pereira Reis ou Canjira, como gostava de ser chamado, um autodidata, considerado o melhor empalhador de animais do Brasil. Natural de Cachoeira de São Félix, na Bahia, ele morreu aos 88 anos.
Ele transformou a sala de sua residência em um Museu de Arte e Cultura ou “Museu Canjira” como é popularmente conhecido na região e na cidade de Itaobim onde esta instalado.
Os animais e aves mortos em acidentes foram doados por motoristas e Policiais Florestais. Eles eram empalhados pelo mestre Canjira.
Além dos animais, há ainda antiguidades como telefones, máquinas de escrever e de costura, coleção de notas e moedas, relógios, granada antiaérea e muitas outras peças.
“Quando fizemos o inventário das peças de seu museu para o Departamento de Patrimônio Cultural da cidade Itaobim, foi notário perceber como tudo aquilo se interagia com ele.
O zelo por cada peça, e a preocupação para que o museu continuasse a ser um exemplo para as futuras gerações estavam sempre presentes com o Canjira.
“Os anjos, arcanjos, orixás e caboclos vieram buscar este artista da arte da taxidermia para junto do Pai Celestial, deixando o Vale do Jequitinhonha com um profunda perda. O Mestre Canjira foi é será um dessas pessoas raras que deixa de uma forma simples e através da arte, um ensinamento de vida para todos nós”, escreveu Jô Pinto, professor, produtor Cultural e escritor da cidade de Itinga.
Lideranças políticas e culturais da região compareceram ao sepultamento.
(Fonte: Gazeta de Araçuaí)