A Escola Estadual Industrial São José, em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, retoma suas atividades na próxima segunda-feira (03/07/2017) após ter sido interditada por determinação da Superintendência Regional de Ensino (SRE) devido ao estado precário do telhado do anfiteatro, que fica próximo ao prédio principal e estava ameaçando desabar. A unidade educacional, localizada no bairro Vila Magnólia, tem cerca de 1.200 alunos matriculados.
O comunicado da interdição foi feito na última segunda-feira (26), depois da vistoria de um engenheiro da SRE. As aulas foram suspensas na quarta-feira (28). A medida gerou revolta e indignação entre alunos e professores, que chegaram a marcar um protesto na porta da SRE para esta sexta-feira (30), o que acabou não ocorrendo.
As reações vieram através das redes sociais e reportagens sobre o caso, informando que a Secretaria de Estado da Educação, mesmo após licitação, não tinha prazo para liberar a verba destinada à reforma do telhado do anfiteatro, cujos problemas de empenamento vinham sendo informados à SRE em Araçuaí, desde 2015.
Telhado do anfiteatro foi removido para reformas (Foto: Gazeta de Araçuaí)
Pressões de professores, direção da escola e SRE levaram o governo do Estado a liberar o recurso na ordem R$ 117.392,00. As obras de recuperação da infraestrutura do telhado serão executadas pela empresa Norte Sali Ltda. da cidade de Salinas, vencedora da licitação.
Cinco funcionários da escola e cinco da prefeitura trabalham na retirada das telhas do galpão. Eles informaram que serão colocadas grades para isolar a área e garantir segurança para os alunos e professores.
“Na segunda-feira, serão iniciados os trabalhos de recuperação de toda a estrutura e a escola vai funcionar normalmente”, assegurou a diretora Marisa Magalhães.
Grades vão isolar anfiteatro do prédio da escola (Foto: Gazeta de Araçuaí)
O anfiteatro foi construído pela Maioline Xavier Construção, com sede em Araçuaí ao preço de R$ 161.988,00, A obra foi concluída em 9 meses e foi entregue em dezembro de 2007. A Superintendente Regional de Ensino, Elisemar da Graças Lopes, acredita que falhas de engenharia provocaram os problemas.
O engenheiro Júlio Xavier, responsável pela obra, se defende, afirmando que com o passar do tempo, é normal o empenamento da madeira. “Ao longo desses anos, o prédio deveria ter passado por manutenção, para não chegar a este ponto. Não entendi por que foram suspensas as aulas.”, avaliou o engenheiro.
Anfiteatro foi construído em 2007 e começou a apresentar problemas em 2015 (Foto: Gazeta de Araçuaí)
Reprovado
Sem citar nomes, a diretora da escola, Marisa Magalhães, condenou o uso político da situação.
“Eu participava de um evento em Belo Horizonte, onde também estavam a secretária e subsecretária estadual de Educação de Minas Gerais, quando fui informada da interdição. Mostrei a elas todas as reportagens e publicações dos alunos relatando os fatos. Com apoio da Superintendência de Ensino e pressão de toda a escola, conseguimos a imediata liberação da verba. Que eu saiba, não houve nenhuma interferência política no caso”, disse ela.
Um deputado petista divulgou através das redes sociais que o recurso foi liberado após pedido dele, ao secretário-adjunto de Educação. “Foi oportunismo. A verba já estava garantida desde o momento da licitação”, lamentou uma professora da escola que pediu para não ser identificada.
A reposição das aulas será discutida com a comunidade escolar.
Mariza Magalhães, diretora da Escola Industrial São José (Foto: Gazeta de Araçuaí)
Leilão
A diretora informou ainda que móveis e equipamentos e todo o material inservível que estava dentro do anfiteatro poderá ser leiloado, e parte dos livros serão doados, após aprovação da SRE. “Como o local estava interditado, não sabíamos o que havia ai dentro”, disse a diretora, empossada ano passado.
Todo o material, a exemplo de mesas, cadeiras, livros e outros objetos estão sendo colocados na quadra poliesportiva, que é coberta. Durante o período das obras, os alunos não poderão usar a quadra. Não foi informado o prazo de conclusão das obras.
Uma viga de madeira foi colocada no centro do galpão (Foto: Gazeta de Araçuaí)
Móveis, livros e equipamentos foram colocados na quadra (Foto: Gazeta de Araçuaí)
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(Fonte: Gazeta de Araçuaí)