O Sexo e a Sexualidade: do prazer ao preconceito – Coluna Nilberto Antônio

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Caro leitor, o que você sabe sobre sexualidade? Há muitos séculos pessoas de diversas culturas têm falado sobre esse tema, o inseriram nas suas compreensões religiosas, filosóficas e em toda a sua vida social. Atualmente, esse tem se tornado um assunto muito discutido e até mesmo controverso, o que tem gerado muitas polêmicas e discussões, especialmente porque toca em formas de pensar que trazemos de nossos antepassados. Nossa intenção hoje é falar sobre esse tema e apresentar as explicações que tanto a Ciência de um modo geral como também a Psicologia dão sobre esse assunto, e jamais fazer um juízo de valor.

Se você se olhar no espelho, ou olhar seu corpo enquanto toma banho, verá que possui características físicas e biológicas que formam aquilo que chamamos sexo. Desde muito tempo a sociedade distinguiu dois tipos específicos de sexo: Masculino e Feminino, o que as pessoas compreendem como Homem e Mulher. A verdade é que a sexualidade humana vai muito além dessa simples definição. É engraçado como todas as mulheres grávidas ficam ansiosas por saber qual será o sexo do seu bebê. Desde quando sabem, a família já cria toda uma ideia sobre como tratar essa criança, como criá-la enquanto menino ou menina, de acordo com os padrões que a socialmente construídos. A compreensão sobre a sexualidade é construída ao longo da história e dentro da cultura. E como a história se modifica, as formas de pensar também se modificam.

Com isso que dissemos, definimos os dois tipos mais comuns de gênero. Mas há outros! Que denomina-se identidade de gênero. Como exemplo, têm-se os transgêneros (pessoas que mudam de sexo), os Bigêneros ou os comumente conhecidos como Hermafroditas (pessoas que nascem com os órgãos genitais masculinos e feminino), e outros.

Além da definição do gênero que já falamos, a Ciência também apresenta o tema da Orientação Sexual. Pense você: você pretende se casar com um homem ou uma mulher? Se você for um homem que quer se casar com uma mulher – isso se você deseja se casar, certo? Pense apenas que o exemplo é para falar sobre o que você gosta ou o que te atrai – você então é um Hétero. Se você é mulher e gosta de homens você também é Hétero. Ser heterossexual significa que você sente atração por pessoas do sexo oposto.
Mas há mais coisas além disso. Quando um homem gosta de um homem ou uma mulher gosta de uma mulher, significa que eles e elas são Homossexuais. Se uma pessoa gosta dos dois sexos, significa que ela é Bissexual. Tem-se ainda os assexuais, ou seja, aqueles que não sentem atração sexual, ou sentem muito pouco. A pansexualidade é caracterizada pela atração sexual ou amorosa entre pessoas, independentemente do sexo ou identidade de gênero, e ainda a Polisexualidade é a atração por vários gêneros. Uma pessoa polisexual é abrangente ou caracterizada por diferentes tipos de sexualidade.

Alguns termos podem ser novos para muitos, pode até causar certa estranheza, é possível que você não goste, não aceite ou não concorde como o que esta escrito, ou mesmo com as orientações Homossexuais, Bissexuais, Pansexuais e Polisexuais. Mas deixe te dizer uma coisa: a ciência diz que não há nada de errado nisso. Ser gay ou lésbica é tão normal como ser heterossexual. Não é uma doença, não é obra do demônio, como muitos acreditam. Por mais que parece difícil aceitar, não é uma escolha do sujeito, é o resultado de um conjunto de determinantes que o levam a ter determinada orientação sexual, portanto, não cabem julgamentos, deve-se apenas respeitar. A Psicologia explica que a orientação sexual, seja ela qual for, está muito relacionada com as experiências de vida de cada pessoa, a forma como sente prazer, os processo psicológicos e a identidade que ela construiu ao longo do tempo. É a cultura, com a religião, a política, os acordos sociais que define ao longo do tempo o “que é certo ou errado”, o que é moral, o que é aceitável. Mas isso é apenas um modo de pensar, que não significa necessariamente que seja o mais correto.

Acontece que há diversas situações de preconceito, incompreensão e injustiça para com pessoas homossexuais, bissexuais, trasngêneros, travestis, transexuais e outros, que quando paramos para pensar bem, não se justificam. Cada pessoa tem o direito de gostar ou acreditar no que quiser, mas todos somos convocados a respeitar uns aos outros, da forma como cada um é.

A sexualidade é um tema polêmico justamente porque coloca em discussão muito daquilo que aprendemos em casa, na igreja, na escola e na comunidade. Mas é um tema muito importante e presente na nossa vida cotidiana. Em resumo podemos dizer que ela é um conjunto de fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Por isso, é importante conhecer as diferentes formas de expressão da sexualidade, tanto para aumentar nossa compreensão sobre o mundo e refletir sobre nossos pontos de vista quanto para ser capaz de compreender e aceitar o outro na sua diferença, sabendo que ninguém é melhor nem pior, mas que todos somos seres humanos que possuidores dignidade e merecedores de respeito.

Agradecimentos à Valdemir Pedro Simão, acadêmico do Curso de Graduação em Psicologia da UFMG, pelas contribuições para a construção deste texto.

Nilberto Antônio

Nilberto Antônio Gonçalves, psicólogo clínico com ênfase em atendimento de crianças especiais. Trabalha com Orientação Profissional. Psicólogo do Projeto Responsabilidade na Infância e Adolescência – RIA do Centro Social Mali Martin. Atua voluntariamente na Associação Amar e Renascer – Aamar (Instituição para tratamento de dependentes químicos) de Itamarandiba.

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