Professores são exemplos de dedicação na rede pública de Minas Gerais

0

O Dia do Professor é comemorado no dia 15 de outubro. E, em Minas Gerais, não faltam exemplos na rede estadual de ensino de histórias que mostram o trabalho e a persistência desses profissionais, que passam conhecimento e se dedicam à formação de novos cidadãos.

Jovens e crianças da reserva indígena Krenak, na Comunidade Uatu, em Resplendor, no Parque Estadual do Rio Doce, por exemplo, vivem um momento de fortalecimento da organização de seu povo e da afirmação de sua identidade. Tudo isso, graças ao trabalho do professor Itamar, em conjunto com outros indígenas que incentivam na educação da comunidade.

“Anteriormente, a maior parte dos jovens estudava com o intento de ir para a cidade e se integrar à cultura das metrópoles. Hoje, podemos ver um caminho inverso. Ao retornar à aldeia, os jovens unem seus saberes acadêmicos com os da nossa cultura tradicional, fortalecendo seus laços e trazendo grandes benefícios para toda a comunidade indígena”, aponta o professor, que ministra as aulas na Escola Estadual da Reserva Krenak.

Além disso, as crianças pequenas também contam, desde cedo, com os ensinamentos culturais. A metodologia, de acordo com o professor, inclui ainda, o uso do território, língua e história dos povos Krenak, com dinâmicas elaboradas a partir de jogos, música, e materiais específicos, alguns construídos no próprio processo pedagógico.

O professor também conta que deixou a família para estudar magistério, se especializou em educação indígena e retornou para ensinar a quem ficou.  Segundo ele, a escola possui três pontos estratégicos, de forma a facilitar o acesso ao ensino com a educação fundamental e infantil a 40 crianças e jovens da reserva.

Minas Gerais tem 17 escolas indígenas (Foto: Divulgação/SEE)

Contexto da educação indígena

Minas Gerais conta com, aproximadamente, 4.200 alunos indígenas das etnias Kaxixó, Krenak, Maxakali, Pataxó, Pankararu, Xacriabá, Xucuru-Kariri e Mokurin. O Estado tem 17 escolas indígenas e duas turmas vinculadas a escolas não indígenas. O atendimento escolar indígena é feito em 64 endereços e as escolas estão localizadas em 11 municípios.

Considerando o fato de as comunidades indígenas possuírem cultura, história e especificidades que devem ser contempladas nas políticas públicas de educação, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) vem discutindo com representantes dessas comunidades a criação de condições para que elas sejam protagonistas de suas pedagogias.

Um comissão composta por lideranças das comunidades indígenas do Estado, além de representantes de órgãos governamentais, como UFMG, UEMG, Funai e SEE foi formada com esse objetivo. Uma das atribuições principais da comissão foi criação das categorias Escola Indígena e Professor Indígena, fundamentais para a demarcação da especificidade da educação destinada a esses povos.

Resgate da cultura quilombola

A cultura quilombola também vem sendo trabalhada pelo Estado. A professora de língua portuguesa, Luciana Alves de Souza, nasceu e cresceu na comunidade quilombola do Alegre, em Januária, no Território Norte. Após cinco anos de formada, Alves retornou, como professora, à escola que estudou quando pequena, na comunidade quilombola.  “Estou no lugar em que estudei, na minha comunidade, e agora retornei como professora”, conta a educadora.

Por ser quilombola e atuar em uma escola que recebe grande parte de estudantes da comunidade do Alegre, a professora destaca a importância de se resgatar a cultura africana dentro da sala de aula.

“Nas minhas aulas, sempre busquei ressaltar a cultura africana e a quilombola. Os alunos são da comunidade, mas muitos tinham vergonha de falar que eram quilombolas. Com a escola fazendo esse tipo de trabalho, eles passaram a se reconhecer mais e hoje não têm mais vergonha”, conta.

Minas Gerais conta com 191 escolas quilombolas, sendo que 23 são da rede estadual de ensino, três da rede privada e 165 municipais. As escolas estaduais estão distribuídas em 17 municípios mineiros.

Música transforma

Congado, maracatu, baião, samba, maculelê, samba reggae fazem parte do cardápio de ritmos das aulas do professor de percussão das ações de Educação Integral, Leonardo Lana de Almeida, na Escola Estadual Celso Machado, no bairro Milionários, em Belo Horizonte.

“Nas escolas, as pessoas costumam entender que o que vamos trabalhar nas aulas de música é a fanfarra. Mas o meu trabalho vai além: procuro oferecer os vários ritmos da cultura popular brasileira”, explica ele.

Além disso, o aprofundamento musical, segundo o professor, é uma oportunidade, onde os alunos trocam experiências entre si. “Por meio do debate e da prática musical, os preconceitos começam a se deteriorar”, acredita. Almeida ministra as oficinas em quatro turmas de 25 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental.

Dança e handebol

As turmas do professor Anderson Roberto de Almeida, da Escola Estadual General Carneiro, em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte tiveram realidade transformada com o esporte e a dança. Almeida atua como voluntário para ensinar handebol e dança aos jovens dos ensinos médio e fundamental. “É uma pequena contribuição para ajudar a tirar os alunos da vulnerabilidade social, porque eles passam mais tempo na escola” acredita.

A iniciativa do professor já resultou em quatro vitórias nas etapas microrregionais dos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG), além de motivar três ex-alunas a prestarem vestibular para educação física. Ele atribui o sucesso à diversificação das atividades. “Acho que o importante é não ficar fazendo a mesma coisa o tempo todo. A inovação a cada momento atrai os alunos”, ensina.

Já com a dança, o professor tentar ajudar os alunos com deficiência. “A atividade foi sugestão dos próprios alunos, que mesmo não gostando de dança, participam mesmo assim”, comenta. (Agência Minas)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui