Piloto de paramotor sobrevoa Rio Doce e área afetada por desastre em Mariana

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Dez meses após o maior desastre ambiental da história do Brasil, o piloto de paramotor e ambientalista Lu Marini irá ver do alto a atual situação das regiões atingida pelo mar de lama que destruiu cidades e famílias.

A expedição “Rastreando o Rio Doce”, iniciada nesta segunda-feira (29/08), tem como missão relatar a situação do Rio Doce, mostrar o cenário da natureza no entorno, assim como registrar imagens inéditas e histórias de quem perdeu tudo e teve que recomeçar a vida.

Durante a expedição, um mapeamento será feito através dos voos, registrando importantes detalhes sobre a tragédia em toda a extensão do Rio Doce, além de entrevistar ribeirinhos, pescadores e pessoas que ainda hoje estão sofrendo, passados quase um ano do desastre.

“Essa expedição será emocionante e desafiadora. Estarei frente a frente a maior tragédia mundial da mineração. Quero contar detalhes da história dos moradores e como estão vivendo atualmente. Espero encontrar no caminho pessoas que, de alguma forma, conseguiram dar a volta por cima e hoje, apesar dos problemas, voltaram a sorrir e a ter esperança de dias melhores”, comenta Lu Marini.

O piloto e sua equipe, formada por seis profissionais, partem para a região de Mariana/MG no dia 29 de agosto, e se prepararam para dar início a expedição que irá passar por mais de 220 municípios, encerrando-se na foz do rio em Regência/ES, após aproximadamente 23 dias.

A expedição resultará em um documentário e um livro, que serão lançados em abril de 2017, quando acontecem as comemorações pelo aniversário do Rio Doce.

Piloto de paramotor Lu Marini (Foto: Divulgação)

O Desastre

Em 05 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão na cidade de Mariana/MG fez com que uma enorme onda de lama, com mais de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, atingisse mais 40 cidades no entorno do Rio Doce. O desastre resultou no sumiço de algumas cidades, como Bento Rodrigues, que foi completamente devastada, deixou 19 mortos, 1 desaparecido e 1.500 hectares de matas próximas a rios devastadas.

Com cerca de 850 km de extensão, seu curso representa a mais importante bacia hidrográfica totalmente incluída na Região Sudeste. Suas nascentes estão localizadas na Serra da Mantiqueira, no encontro do Rio Piranga com o Rio do Carmo.

Projeto Rios

Em 2014, Lu Marini deu início ao Projeto Rios, decolando para sobrevoar toda a extensão do rio mais poluído do Brasil. Foram mais de 1.100 quilômetros sobre o Tietê, conhecendo de perto os problemas da poluição que o rio enfrenta, além de presenciar a maior seca dos últimos setenta anos.

No ano seguinte, o piloto de aventura decolou para sobrevoar o Rio São Francisco, da nascente, localizada na Serra da Canastra, até sua foz na divisa de Alagoas e Sergipe. Foram 30 dias e quase 3.000 quilômetros documentando a situação atual de um dos cursos d’água mais importantes da América do Sul.

Já em março de 2016, o piloto sobrevoou o Rio Paranapanema, considerado um dos rios mais limpo do estado de São Paulo.

Outros importantes rios serão sobrevoados pelo piloto, entre eles, Xingu, Tocantins, Araguaia, Paraná e Amazonas.

Lu Marini já sobrevoou outros rios (Foto: Divulgação)

Lu Marini já sobrevoou outros rios (Foto: Divulgação)

(Por Gabriela Nebot/Fly Comunicação)

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