Namorado ameaçou jovem mineira assassinada em Portugal, diz mãe de vítima

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A mãe de Thayane Milla Mendes, de 21 anos, Tânia Mendes, de 48, afirmou que espera que seja feita justiça com a prisão do suspeito de ter matado a filha e as duas irmãs mineiras Michele Santana Ferreira, de 28 anos, e Lidiane Neves Santana, de 16. “Ele vai pagar o que tiver que pagar pela Justiça dos homens. Deus também vai julgar. Por isso, da minha parte está perdoado”, afirmou em referência a Dinai Alves Gomes, suspeito de ter cometido o triplo homicídio. Neste sábado (27/08), jornais portugueses divulgaram que Dinai se entregou a Polícia Federal Brasileira, no entanto, a informação não foi confirmada pela PF em Belo Horizonte e Brasília.

As famílias das vítimas desconfiam da participação de uma amante de Dinai no assassinato. “A mulher pode ter ido para lá para matar a Michele”, cogita Tânia. Ela lembra que Michele escondia da mãe as brigas que tinha com o namorado. “Ele a humilhava muito, tratava como cachorro, mas ela não contava nada para a mãe, porque gostava demais dele”, diz. Tânia informa ainda que Dinai teria ameaçado de morte Michele se ela ficasse grávida.

Segundo Tânia, a decisão de como será o traslado dos corpos será tomada na próxima segunda-feira. Uma das possibilidades avaliada pela família é a cremação, mas antes serão feitos os exames de DNA. As três brasileiras, que estavam desaparecidas desde fevereiro em Portugal, foram encontradas mortas na manhã de sexta-feira (26/08) dentro de um poço com água, nas imediações de um hotel para cães e gatos em Tires, na região de Cascais, onde trabalhava Dinai, que era o namorado de uma delas, a mineira de Campanário, no Vale do Rio Doce, Michele.

Tânia contou que a filha era amiga de Lidiane e foi para Cascais, em Portugal, para viver na mesma casa do casal. “A última vez que falei com ela foi em 30 de janeiro. Depois, nunca mais ouvi a voz dela”, disse Tânia. Muito abalada, ela tenta entender o porquê a filha foi assassinada de forma tão brutal. “Só quem é mãe pode saber a dor que estou sentido. Só tinha ela de menina. É muita maldade. Minha filha nem conhecia ele. Não tinha motivos para fazer isso”, desabafa.

Dinai Alves é o principal suspeito do triplo homicídio (Foto: Divulgação/Álbum de Família)

Vítima estava grávida de três meses

“Minha filha estava grávida de três meses. Quer dizer: ele matou a milha filha, o próprio filho e as outras duas”, disse a mãe de Michele e Lidiane, a auxiliar de serviços gerais Solange Santana Leite, de 50 anos, referindo-se ao companheiro de Michele, também brasileiro. “A minha ficha ainda não caiu. Perder um filho já é triste, perder dois é pior ainda”, lamentou a mãe.

Solange conta que estava numa rede social, quando uma amiga de Portugal mandou três fotos das vítimas. “Eu quis saber o motivo das fotos e ela pediu meu contato telefônico, que ia me ligar na hora. Ela falou para mim, encontraram três corpos, dentro de um poço com água, no pet shop, onde trabalhava o rapaz que morava com minha filha”, disse Solange, que recebeu, pela internet, reproduções de reportagens sobre o encontro dos corpos.

A informação, segundo a mãe, é que o companheiro da filha, que está no Brasil, telefonou para uma amiga dele em Portugal e confessou o triplo homicídio, indicando o local dos corpos. “A amiga fez uma denúncia anônima para a polícia”, disse Solange. Logo depois de receber a notícia do crime, um filho de Solange, que mora em Governador Valadares, Vale do Rio Doce, foi avisado pela Polícia Federal.

“Eu tinha esperança de encontrar minhas filhas vivas. Vou ver com meu advogado o que precisa fazer para trazer os corpos para o Brasil. Minha amiga de Portugal pediu autorização para cremar os corpos, pois fica mais fácil para trazer”, disse Solange.

Entenda o caso

O desaparecimento das brasileiras foi uma história confusa e com muitos personagens, que mudou de rumo em fevereiro deste ano, quando Dinai Alves Mendes, namorado de Michele, que também morava em Lisboa há vários anos, se tornou o único interlocutor entre Solange e as filhas. O dia 11 de fevereiro de 2016 foi o último em que Michele respondeu a mãe pelo WhatsApp.

Solange nunca acreditou que era Michele que respondia suas mensagens no Facebook, no começo de fevereiro, porque a filha passou a digitar de uma maneira diferente da que sempre fez. Ao mesmo tempo, Michele falava de situações que eles estavam vivendo depois que Lidiana e Thayane chegaram, e não sabia explicar, com clareza, os conflitos que fizeram com que Thayane saísse da casa e fosse passar quatro dias com outras amigas que também moram em Portugal. A filha ainda comentou sobre ter perdido um bebê e que o namorado queria muito ter um filho e estava deixando-a irritada, pedindo para que ela emagrecesse para ter mais saúde para isso.

No dia 19 de fevereiro, depois de tentar contato com as filhas inúmeras vezes, Solange conseguiu falar com Dinai, por meio do WhatsApp. Ele disse que iria procurar pelas mineiras para tentar diminuir a preocupação de ex-sogra, mas que elas haviam se mudado para Londres. Nessa conversa, ele promete ligar com novas informações e, em certo momento, acrescenta: “a senhora sabe que não sou tão ruim assim”. Entretanto, somente no dia 21 ele respondeu, dizendo que conseguiu falar com Michele e que pediu para que ela ligasse para a mãe, além de confirmar que as meninas estavam em Londres. Dinai terminou a conversa dizendo-se feliz por elas estarem bem. Depois disso, nunca mais respondeu aos chamados da mãe de Michele e Lidiana.

A desconfiança de Solange com relação ao ex-genro ficou maior quando ela descobriu que, no dia 23 de fevereiro, portanto, dois dias depois de terem conversado pela última vez, ele retornou para o Brasil, para Novo Cruzeiro (Vale do Jequitinhonha), onde morava antes, sem avisar aos amigos e parentes das mulheres. No dia 23 de março, Solange prestou depoimento na Polícia Federal de Governador Valadares. De acordo com ela, o mesmo fez Dinai, ao ser convocado pela PF de Belo Horizonte.

As mineiras Michele e Lidiana e a capixaba Thayana (Foto: Divulgação/Álbum de Família)

(Fonte: Estado de Minas)

1 COMENTÁRIO

  1. Alguém da cidade tem notícias do assassino? Vamos ajudar a Polícia Militar a encontrar? Afinal poderia ser com qualquer uma das nossas filhas! Assassino não escolhe tempo para ser ruim, pode ser a qualquer momento com qualquer pessoa. Vamos ajudar a Polícia encontrar esse criminoso. Sabe lá se já não matou a atual companheira…

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