Pimenta-do-reino conquista espaço e ganha destaque em Ouro Verde de Minas, no Vale do Mucuri

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O espírito inovador de um produtor rural de Ouro Verde de Minas está alterando a paisagem do município, no Vale do Mucuri. Em busca de uma nova alternativa de renda, Maelson Pereira Borges, cultivou 350 mudas de uma planta que se adaptou muito bem na região e chamou atenção de outros produtores: a pimenta-do-reino.

A nova atividade surgiu após a crise cafeeira em Ouro Verde de Minas. O nome do município é referência à forte produção de café no século 20. Mas nos últimos tempos, muitos trabalhadores rurais preferiram colher café no estado vizinho. A dificuldade em conseguir mão de obra para o trabalho nos cafezais fez com que muitos produtores do município abandonassem ou diminuíssem o investimento na cultura.

Foi numa ida ao Espírito Santo, justamente para trabalhar na colheita do café, que Maelson Borges vislumbrou esta oportunidade de renda. “Eu cheguei com as mudas de pimenta-do-reino do Espírito Santo e procurei a Emater para me ajudar a plantar. A Emater foi dando assistência à medida que a lavoura ia desenvolvendo”, comenta Maleson Borges.

O técnico da Emater-MG no município, Ricali Abreu, conta que também visitou as lavouras do Espírito Santo para aprofundar os conhecimentos. “Como é uma cultura mais difundida no Espírito Santo, fizemos algumas visitas às lavouras daquele estado para ter mais informações sobre o desenvolvimento da pimenta-do-reino”.

O plantio de Maelson foi feito em uma área de aproximadamente 2,5 mil metros quadrados, consorciado com outras culturas. Com a orientação da Emater, foi utilizada a irrigação por gotejamento. No ano passado, a colheita foi de 300 quilos vendidos no Espírito Santo. O preço médio obtido pelo quilo do produto foi de R$ 28,00.

Este ano, o produtor deve colher o dobro de pimenta e o preço deve melhorar. “Houve problemas climáticos no Espírito Santo, causando stress hídrico nas lavouras. Com isso, o preço deve aumentar no mercado de lá”, afirma Ricali Abreu.

A produção de um pé de pimenta-do-reino no primeiro ano de colheita é de um quilo. No segundo ano, esta quantidade dobra. O pico começa a partir do quarto ano, quando a planta atinge a idade adulta, e chega a produzir cinco quilos. “Não existe uma época específica de colheita. É possível colher pimenta o ano todo”, conta o técnico da Emater-MG.

Pimenta com melancia

Com o sucesso do primeiro plantio de pimenta-do-reino em Ouro Verde de Minas, novas áreas sugiram no município. Hoje são 15 produtores que investem na atividade, com 15 mil mudas plantadas. Em muitos casos, a opção é o consórcio com outras culturas.

O produtor Cícero Eller e o filho, Cícero Júnior, investiram no plantio de 7 mil mudas. No caso da propriedade da família, a pimenta foi plantada na mesma área de uma lavoura de melancia.

“O café acabou por falta de mão de obra e preços ruins. Tentamos a pecuária. Só que ficou inviável por causa da seca. Aí surgiu a pimenta. Fomos até o Espírito Santo, aprendemos um pouco mais sobre a atividade. É uma cultura que consome pouca água e a produção é rápida. No preço que está hoje, é um dos melhores negócios que temos na região”, explica Cícero Eller.

A produção consorciada foi feita com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Se o resultado atingir o que é esperado, novos investimentos estão previstos. Desta vez, no conhecimento. “Depois que começar a dar lucro, quero fazer agronomia. Quero me especializar mais aqui na roça, na agropecuária. Quero investir aqui”, comenta Cícero Júnior sobre seus planos para o futuro.

A pimenta-do-reino ganhou destaque no município (Foto: Divulgação/Emater-MG)

(Agência Minas)

1 COMENTÁRIO

  1. Bom dia.. Excelente matéria pois já tinha pensado em investir neste tipo de cultura. Moro em Teófilo Otoni e se possível gostaria de ter o contato do agropecuário e do técnico da Emater para que eu possa fazer um contato.

    Será que conseguiriam me ajudar?

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