Limão do Projeto Jaíba conquista o mundo

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As exportações impulsionam a produção de limão no Projeto de Irrigação do Jaíba, instalado em município homônimo no Norte de Minas, elevando os rendimentos dos produtores rurais. Atualmente, 40% da produção de limão do Jaíba (maior projeto de irrigação em área continua da América Latina) é destinada ao mercado externo. Os principais compradores são de países da Europa e do Oriente Médio, que pagam pelo produto valores que chegam ao dobro do preço praticado no mercado interno. “Mas, a nossa intenção é aumentar as exportações em 25% ainda neste ano”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Limão de Jaíba, Randolfo Diniz Rabelo.

Ele destaca que o fator que mais entusiasma os produtores nas vendas para o mercado externo é a melhoria da remuneração. “O valor obtido na exportação chega a ser 100% maior do que o preço que o produtor consegue pelo limão negociado no mercado interno”, assegura Rabelo, lembrando que a alta do dólar, no ano passado, contribuiu para aumentar essa valorização da fruta destinada aos clientes estrangeiros.

O consumo do limão entre os europeus está em alta. Além de serem fãs da “caipirinha”, que tem a cachaça e a fruta cítrica como principais componentes, eles a usam em outras receitas. Randolfo Diniz lembra que o produto também integra outros tipos de bebidas (coquetéis) de origem latina consumidas na Europa, como cuba libre (feita com rum, de Cuba) e a margarita (à base de tequila, típica do México). No Oriente Médio, a fruta cítrica é mais usada em temperos para as comidas tradicionais daquela parte do mundo, além da produção de suco. Um dos aspectos que favoreceram para aumentar as vendas do limão do Jaíba é a produção da fruta sem semente, processo resultante de pesquisas.

No Projeto Jaíba, existem cerca de 25 grandes produtores de limão. A principal variedade explorada na região é a tahiti. O presidente da associação da categoria disse que não existe um levantamento sobre o tamanho real da área ocupada pelo cultivo de limão no Projeto Jaíba, que está em franca expansão. Mas ele estima que há entre 1 mil e 1,5 mil hectares de área plantada na região. A produtividade média no sistema irrigado é de 25 toneladas por hectare. “Mas existem produtores que alcançam até 40 toneladas por hectare”, observa Randolfo Rabelo.

Limão do Projeto Jaíba conquista o mundo (Foto: Aslim/Divulgação)

Organização

De olho no aumento dos lucros, os produtores de limão do Jaíba decidiram se organizar para atender às exigências e vender para o mercado externo. Um galpão, onde as frutas são selecionadas e embaladas para seguir rumo ao exterior, foi construído por um grupo de fruticultores. A estrutura conta com 60 funcionários, que atuam no processo de seleção manual. A colheita da fruta ocorre o ano inteiro, com dois períodos de pico de safra – entre dezembro/janeiro e junho/julho.

Os produtores também criaram uma estrutura de logística. No próprio galpão do projeto de irrigação a mercadoria é embalada e colocada em contêineres refrigerados, que são levados em caminhões até os portos de Santos (SP) e Salvador (BA). “Os contêineres já saem selados e lacrados e somente são abertos no país de destino”, explica Rabelo. Ele lembra que os plantadores da fruta cítrica brasileira têm como principais concorrentes no mercado internacional os produtores do México, da China e da Índia.

De Santos saem as cargas enviadas para a Europa, que chegam primeiramente ao Porto de Roterdã (maior porto do Velho Continente), na Holanda. Lá, um distribuidor faz a venda para a Inglaterra, Alemanha, Dinamarca e Espanha, além da propria Holanda, chegando a hotéis, restaurantes e supermercados.

Os carregamentos embarcados em navios no porto de Salvador viajam em direção ao Oriente Médio, tendo como destino o porto de Dubai (Emirados Árabes). A fruta produzida no Norte de Minas chega ainda a outras nações do Oriente Médio, como o Catar e a Arábia Saudita. As cargas demoram de 15 a 20 dias para chegar aos mercados consumidores europeus e orientais.

Limão do Projeto Jaíba conquista o mundo (Foto: Aslim/Divulgação)

(Fonte: Estado de Minas / Luiz Ribeiro)

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