Parceria com banco alemão garante melhorias na infraestrutura de unidades de conservação em Minas Gerais

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A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF), em parceria com o Banco Alemão de Desenvolvimento KfW Entwicklungsbank, investem no Projeto de Proteção da Mata Atlântica em Minas Gerais (Promata II). A ideia da ação é fortalecer as unidades de conservação do estado e, desta maneira, promover o uso sustentável e a recuperação da Mata Atlântica.

“A estruturação da visitação das unidades de conservação tem uma importância fundamental no processo de desenvolvimento do turismo na região com bases sustentáveis. Com recursos naturais de destaque estas áreas protegidas podem contribuir decisivamente na diversificação e enriquecimento dos atrativos da região e na sua consolidação como um destino turístico”, enfatiza a gerente das Unidades de Conservação Estaduais do IEF, Cecília Vilhena.

Para o Parque Estadual do Pico do Itambé, por exemplo, foram destinados aproximadamente R$ 300 mil para a elaboração de projetos de arquitetura e engenharia. As obras, orçadas em cerca de R$ 7 milhões, contemplam a implantação de duas portarias, centro de visitantes, área de camping e heliponto, além da reforma da Fazenda São João, que abrange auditório, sede administrativa, alojamentos e laboratório para pesquisa e educação ambiental.

A licitação das obras já está concluída e os recursos aprovados aguardam apenas a emissão da ordem de serviço para iniciar os trabalhos. No Parque Estadual do Pico do Itambé também foi implantada a estruturação das trilhas, incluindo sinalização com intuito de ordenar e controlar a visitação, além de fornecer maior segurança e conforto aos visitantes e minimizar o impacto da visitação aos recursos naturais.

Fazenda Brigadeiro, no parque da Serra do Brigadeiro, será restaurada (Evandro Rodney)

Infraestrutura turística

Também contemplado pelo Promata II, a Fazenda Brigadeiro, edificação do Século de XIX localizada no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro e tombada pelo município de Araponga, será restaurada e ainda construídas em seu entorno novas edificações como quiosques, casa de vigilante, espaço multiuso para palestras e educação ambiental, vestiário e estacionamento. O projeto executivo de arquitetura e complementares estão em fase final de revisão.

“A iniciativa pode favorecer as comunidades em sua área de influência, criando oportunidades para sua inserção na atividade turística e fortalecer a conscientização sobre o meio ambiente e sua conservação, estabelecendo um padrão para a visitação em toda a região que permita compatibilizar desenvolvimento econômico, bem estar social e proteção à natureza”, ressalta a gerente do IEF.

“As belezas cênicas presentes e os insumos naturais existentes despertam vocação aos parques para a atividade turística e o acesso às informações e às interpretações do patrimônio natural e histórico cultural devem ser disponibilizados ao público”, acrescenta Cecília Vilhena.

Já no Parque Estadual da Serra do Rola Moça, por meio de condicionante de licenciamento ambiental da empresa Vale, está sendo construído o centro de visitantes. No local, posteriormente, será implantada uma exposição museográfica.

De acordo com Cecília Vilhena, o centro de visitantes é o ponto principal para a recepção, transmissão das informações e normas de comportamento a serem seguidas pelo visitante durante sua permanência em qualquer unidade de conservação.

As ações no PE do Itambé e na Fazenda Brigadeiro serão concluídas recursos do Promata e também com recursos advindos de compensação ambiental.

Saiba mais sobre as unidades de conservação:

Parque Estadual do Pico do Itambé

Criação: Decreto nº 39.398, de 21 de janeiro de 1998.

Área: 4.696 hectares.

Municípios de abrangência: Santo Antônio do Itambé, Serro e Serra Azul de Minas.

Descrição: O Parque Estadual do Pico do Itambé possui riquezas naturais como cachoeiras, cursos d’água e vegetação únicas. Abrange em seus domínios, várias nascentes e cabeceiras de rios das bacias do Jequitinhonha e Doce. No Parque situa-se o Pico do Itambé, com seus 2.002 metros, um dos marcos referenciais do Estado.

Campos rupestres de altitude e cerrado compõem a cobertura vegetal nativa do Parque. Nos fundos de vales ocorrem manchas de solos de aluvião, de maior fertilidade, sobre os quais se desenvolve exuberante mata pluvial altimontana, onde podem ser encontradas espécies como o pau-d’óleo, a sucupira, o ipê, o cedro, o jatobá, o ingá e a candeia, entre outras. Nos campos de altitude ocorrem espécies raras e endêmicas de orquídeas.

Uma fauna bastante rica relaciona-se com a diversidade florística e com os recursos hídricos. Dentre os animais, constantes da lista oficial de animais ameaçados de extinção, destacam-se a onça-parda e o lobo-guará.

Sede Administrativa: IEF – Regional Alto Jequitinhonha

Endereço: Fazenda São João, s/ nº – Santo Antônio do Itambé/MG. CEP: 39.160-000
Gerente: Silvia Jussara Duarte
Contatos: (33) 3428-1372 – silvia.duarte@meioambiente.mg.gov.br / peitambe@meioambiente.mg.gov.br

Parque Estadual da Serra do Brigadeiro

Criado em 27 de setembro de 1996 (Decreto n.º 38.319), o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro está localizado na região da Zona da Mata, a cerca de 290 Km de Belo Horizonte. Foi aberto à visitação em março de 2005. O Decreto 44.191, publicado em 2005, alterou a área do Parque.

O Parque fica no extremo norte da Serra da Mantiqueira, nos municípios de Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Sericita, Pedra Bonita, Muriaé e Divino. A Serra do Brigadeiro possui inúmeras nascentes, que contribuem de maneira significativa para a formação de duas importantes bacias hidrográficas do Estado: a do rio Doce e a do Paraíba do Sul.

Patrimônio natural

A unidade de conservação tem 14.984 hectares de onde predominam a Mata Atlântica, montanhas, vales, chapadas, encostas além de diversos cursos d’água que integram as bacias dos rios Paraíba do Sul e Doce.

O Parque abriga vários Picos: o do Soares (1.985 metros de altitude), o Campestre (1.908 m), o do Grama (1.899 m) e o do Boné (1.870 m). A altitude e o relevo amenizam a temperatura local e a neblina cobre os picos durante quase todo o ano, formando uma das mais belas imagens do Parque.

A Mata Atlântica, principal formação vegetal da área, está intercalada com os Campos de Altitude e afloramentos rochosos, formando um belo cenário. Considerado um paraíso botânico, o Parque constitui um ecossistema rico em espécies vegetais como bromélia, peroba, ipê, orquídea, cajarana, jequitibá, óleo-vermelho e palmito doce. A neblina que, durante quase o ano todo, cobre os picos onde se localizam os campos de altitude, propicia as condições para a formação de um ecossistema rico em orquídeas, samambaias, liquens, bromélias, variedades de gramíneas, arbustos e cactus, dentre outras espécies.

Na fauna diversificada presente no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, destacam-se a suçuarana ou puma, a jaguatirica, a caititu, o veado mateiro, o cachorro-do-mato, o tamanduá-de-colete, o caxinguelê, a preguiça-de-três-dedos, o macaco-prego, o sagui-da-serra. Nas matas do Parque foram localizados dois grupos independentes de mono-carvoeiro, também conhecido como muriqui, maior primata das Américas, ameaçado de extinção.

A unidade de conservação também é refúgio de espécies da fauna ameaçadas de extinção, como o sauá, o mono carvoeiro ou muriqui, a onça-pintada, a jaguatirica, o sapo-boi. Diversas espécies de aves também podem ser observados, como o pavó, o papagaio-do-peito-roxo, o gavião-pomba, o tucano-do-peito-amarelo, o trinca-ferro e a araponga.

Infra-estrutura

A infra-estrutura do Parque é composta por centros de pesquisa, posto da polícia ambiental, laboratórios, alojamentos para pesquisadores, Centro de Visitantes e de Administração, residências, além das residências de funcionários. A sede da ‘Fazenda Neblina’, antiga construção colonial, sede da Fazenda onde hoje se localiza o Parque, foi reformada e transformada em casa de hóspede.

A infra-estrutura do Parque foi construída em parceria com o Programa de Proteção da Mata Atlântica de Minas Gerais (Promata) com recursos da Cooperação Financeira Internacional Brasil-Alemanha, repassados através do Banco Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW) que investiu cerca de R$ 1,25 milhão.

Visitação: O Parque não possui área de camping e a visitação deve ser feita no período diurno. Consulte a administração antes de visitar os atrativos do Parque.

Horário de Funcionamento: 7 às 17 horas.

Telefone: (32) 3721.7491

E-mail: pebrigadeiro@meioambiente.mg.gov.br

Como chegar: O acesso mais utilizado é pela cidade de Araponga. A estrada foi reformada recentemente, em alguns pontos ela está pavimentada e em outros ela conta com acabamento de cascalho. O Parque fica entre os municípios de Araponga e Fervedouro. Saindo de Belo Horizonte, seguir pela BR 040, no sentido do Rio de Janeiro, até a BR 356 (rodovia dos Inconfidentes), sentido Ouro Preto. Seguir pela MG 262 até o município de Ponte Nova e entrar na BR 120, sentido Viçosa. Em Viçosa, no trevo para Ubá, pegar o acesso para São Miguel do Anta e, depois, pela BR 482 até Araponga. A partir daí, seguir por 11 km de estrada de terra até a ‘Portaria Araponga’ do Parque. A partir de Viçosa, a estrada está bem sinalizada. Outro acesso para o Parque, chegando pela Portaria Pedra do Pato, é pelo município de Fervedouro que fica a 27,7km. A estrada não é pavimentada. No período das chuvas as estradas de acesso ao Parque tornam-se escorregadias, sendo recomendável o uso de veículo tracionado.

Distância de Belo Horizonte: 290 km.

Parque Estadual da Serra do Rola-Moça

O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça é uma das mais importantes áreas verdes do Estado. Situado na região metropolitana de Belo Horizonte, é o terceiro maior parque em área urbana do país e abriga alguns dos mananciais que abastecem a capital.

O nome do Parque foi contado em “causo” e imortalizado por Mário de Andrade em um poema que relata a história de um casal que, logo após a cerimônia de casamento, cruzou a Serra de volta para casa. No caminho, o cavalo da moça escorregou no cascalho e caiu no fundo do grotão. O marido, desesperado, esporou seu cavalo ribanceira abaixo e “a Serra do Rola-Moça, Rola-Moça se chamou”.

A unidade de conservação está localizada nos municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Ibirité e Brumadinho e foi criada em 27 de setembro de 1994, coma publicação do Decreto 36.071.

Patrimônio Natural

Os 3.941,09 hectares do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça são habitat natural de espécies da fauna ameaçadas de extinção como a onça parda, a jaguatirica, lobo-guará, o gato-do-mato, o macuco e o veado campeiro.

O Parque está situado numa zona de transição de Cerrado para Mata Atlântica, rico em campos ferruginosos e de altitude. A vegetação diversificada proporciona ao Parque um colorido especial e um relevo peculiar, sendo encontradas espécies como orquídeas, bromélias, candeias, jacarandá, cedro, jequitibá, arnica e a canela-de-ema, que se tornou o símbolo do Parque. Recentemente descrito pela geologia, o Campo Ferruginoso é muito raro, sendo encontrado apenas em Minas Gerais, no quadrilátero ferrífero, e em Carajás, no Estado do Pará.

O Parque abriga seis importantes mananciais de água – Taboões, Rola-Moça, Bálsamo, Barreiro, Mutuca e Catarina – declarados pelo Governo Estadual como Áreas de Proteção Especial. Eles garantem a qualidade dos recursos hídricos que abastecem parte da população da região metropolitana de Belo Horizonte. Para assegurar a proteção destes mananciais, esta área não está aberta à visitação pública.

Infra-estrutura

Na entrada de Nova Lima, o Parque possui um Centro de Visitantes com auditório, para 90 pessoas, salas para reuniões e para Polícia de Meio Ambiente. Na entrada pelo Barreiro, em Belo Horizonte, há outro Centro de Visitantes com auditório para 60 pessoas, salas da administração, além de residências para funcionários e casa do Grupamento de Polícia de Meio Ambiente.

Visitação: O Parque não possui área de camping e a visitação deve ser feita no período diurno.

Horário de funcionamento: 8:00 às 17:00h (Diariamente) Para realizar as atividades monitoradas (trilhas, mananciais, cachoeiras e viveiros) é necessário agendamento prévio.

Telefone para contato: (31) 3581-3523

Como chegar: Saindo de Belo Horizonte, pegar a BR-040 no sentido Rio de Janeiro. Entrar à direita no Posto Chefão, segunda rua à direita (Montreal), no bairro Jardim Canadá. Prosseguir até a portaria principal do parque. A distância do Posto Chefão ao parque é de cerca de 3 km, em estrada de terra.

Distância de Belo Horizonte ao Parque: 25 km – do bairro Savassi

(Fonte: Agência Minas / IEF)

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