Quadrilha presa na Operação Conexão MOC negociava avião para transportar drogas, diz PF

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A organização criminosa presa por tráfico de drogas nesta quinta-feira (14/7) durante a Operação Conexão MOC, realizada pela Polícia Federal em Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Rondônia, tinha um patrimônio milionário que incluía imóveis e carros de luxo. Segundo a Polícia Federal (PF), apenas um dos detidos adquiriu, em um ano e meio, bens avaliados em R$ 5 milhões. As investigações apontaram também que a quadrilha estava negociando a compra de uma aeronave.

“Percebemos uma evolução patrimonial, não só para uso pessoal dos traficantes, mas também para o aprimoramento da atividade ilícita desenvolvida. Conseguimos descobrir que eles estavam negociando um avião de pequeno porte, com potencial de voo razoável e, que seria utilizado para o transporte de drogas mais rápido e eficaz”, explica o delegado Thiago Garcia Amorim. O avião está avaliado em R$ 600 mil.

Durante o cumprimento dos mandados, a PF apreendeu três carros de luxo, avaliados em mais de R$ 300 mil, e mais de R$ 20 mil em dinheiro. Quatro homens foram presos e dois permanecem foragidos. Não houve apreensão de drogas durante a operação.

Um dos presos é Edvar Henrique Guimarães Júnior, de 34 anos, que cumpria pena em regime semiaberto por tráfico de drogas em Januária e foi abordado saindo da unidade. “Em 2006 ele tentou entrar para a Academia da Polícia Militar, mas eles [PM] fizeram uma investigação e o expulsaram, desde aquela época ele já atua no tráfico”, enfatiza Amorim.

Foram detidos ainda Cícero da Silva e Geovani da Silva, que são pai e filho, moravam em Anápolis (GO) e atuavam diretamente com os traficantes de Rondônia, e Aliandro Ribeiro, que estava detido em Vila Velha (ES) desde junho de 2015; ele foi preso depois que a PF acionou a PRF do estado informando que ele estava usando documentos falsos e transitava de carro por uma rodovia. Dois homens permanecem foragidos.

Quadrilha usaria avião de pequeno porte para transportar drogas (Divulgação/PF)

O caminho da droga

Thiago Amorim explica que as investigações começaram em dezembro de 2015, após a PF apreender R$ 100 mil em um carro. O dinheiro estava no compartimento secreto do banco traseiro e era acionado com um botão depois que o motorista ligava o carro. Na ocasião, houve a suspeita de que a quantia era proveniente de propina paga por desvios de recursos públicos, mas a investigação demonstrou que a quantia era referente a entrega de 37 quilos de cocaína, feita em Januária.

“Detectamos que traficantes de Goiás tinham uma relação com os de Rondônia, de onde conseguiam trazer uma quantidade razoável de drogas, que era distribuída para outros estados, dentro os quais Minas Gerais”, fala o delegado da PF. A polícia ainda vai investigar se a quadrilha tem relação com o tráfico internacional.

Depois de conseguir pegar a droga em Goiás, cabia a Edvar Guimarães trazer os entorpecentes para Montes Claros e Januária, no Norte de MG, e distribuí-los para outros locais e para o Espírito Santo. Geralmente, o transporte era feito por rodovias; em alguns casos, pelo ar. Thiago Amorim explica que para chegarem à MG e ES, as substâncias eram trazidas em caminhões com cargas fechadas. Três veículos que são de Edvar foram apreendidos.

Para a PF, a aeronave que estava sendo negociada seria utilizada para que a quadrilha expandisse a atuação e conseguisse transportar a droga mais rapidamente e com menor chance de levantar suspeitas. “Por ser de pequeno porte, o avião permite pousos em pistas improvisadas e até de terra”, fala o delegado.

Penas

Os presos podem responder por tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, a penas ultrapassam 30 anos.

(Fonte: G1 Grande Minas / Repórter: Michelly Oda)

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