Projeto instala câmeras para estudar os felinos do Parque Estadual do Rio Doce

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A equipe do Projeto Carnívoros do Rio Doce está avaliando a percepção da população rural acerca da presença de carnívoros e da predação de animais domésticos na região do entorno do Parque Estadual do Rio Doce (Perd). Além disso, câmeras de vídeo estrategicamente localizadas vão monitorar os animais para embasar estudos. A reserva é localizada nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo, no Leste do Estado.

Foram visitadas 102 propriedades e percorridos quase 4 mil quilômetros de estradas em três campanhas de trabalho ao longo do segundo semestre de 2015.

A grande maioria dos entrevistados (95,1%) considerou o Parque do Rio Doce importante, tanto para eles como para a região, e também que a natureza precisa ser protegida (96,1%). Muitos (71,6%) afirmaram que os funcionários e administradores do PERD deveriam envolver mais a população humana do entorno nas decisões de como a floresta deve ser usada.

A maioria dos entrevistados (83,3%) não considera as espécies silvestres do parque como ameaça ao seu modo de viver, e muitos (66,7%) não ficariam felizes se não existissem onças-pintadas na região.

Ainda sobre as onças, 65 entrevistados (63,7%) concordaram que elas representam uma ameaça ao gado. “Esta constatação, porém, não parece refletir em medo de ataques a pessoas, já que 69,6% dos entrevistados não consideram as onças como ameaça às pessoas”, afirma o professor Fernando Azevedo, do Departamento de Ciências Naturais da Universidade Federal de São João Del Rei, coordenador do projeto.

O Parque Estadual do Rio Doce está situado a 248 km de Belo Horizonte, na região do Vale do Aço. A unidade de conservação, administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), abriga a maior floresta tropical de Minas Gerais, em seus 35.970 hectares.

Monitoramento

Após meses de planejamento minucioso, os integrantes do Projeto Carnívoros dividiram o mapa do PERD em 18 áreas, sendo nove ao Norte e nove ao Sul. “Um programa de computador colocou então três pontos aleatórios dentro de cada área e, independentemente de serem acessíveis ou distantes, ali as câmeras deveriam ser instaladas”, afirma Fernando Azevedo.

“Avaliamos os mapas, conversamos com funcionários do parque, da polícia, com moradores locais e então traçamos nossas rotas para cada um daqueles 54 pontos, lembrando que somente uma estrada cruza o parque e o acesso é difícil à maioria dos pontos”, explica o professor.

“Devido à distância e dificuldade do relevo, além dos equipamentos, carregamos material de primeiros socorros, comida e água por pessoa”, observa. “Ficamos surpresos com a falta de água: apenas um ribeirão e algumas lagoas secas, terriços, como chamam por aqui. Chão seco, quebradiço, cheio de fendas profundas e sem vegetação nenhuma que as câmeras vão mostrar”, completa Azevedo.

O professor explica que os resultados estão sendo analisados e, em breve, serão disponibilizados. Quem tiver interesse em saber mais detalhes do projeto pode solicitar pelo e-mail carnivorosdoriodoce@gmail.com. (Agência Minas)

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