Ex-diretor do SAAE de Bocaiuva usava dinheiro desviado para viajar, afirma Delegado

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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) procura por Robson Rafael Andrade, de 50 anos, ex-diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Bocaiuva, na região Norte de Minas. Segundo as investigações, ele e o empresário Emerson Antônio Rodrigues, preso nesta segunda-feira (23/5), são acusados de desviar recursos públicos. O delegado Leonardo Diniz afirma que o dinheiro desviado era usado para mordomias, como em viagens.

“Recolhemos documentos referentes a 33 processos licitatórios, em quatro deles já foram identificadas fraudes. O empreiteiro ganhava as licitações referentes ao SAAE, até então de forma aparentemente legal, mas os serviços não eram executados por ele, mas pelo próprio SAAE, que usava maquinário e pessoal próprios. O dinheiro ilícito era para garantir uma vida cheia de mordomias, que incluía muitas viagens”, destaca Leonardo Diniz.

As prisões foram decretadas depois que houve apreensão de documentos na casa de Robson Andrade e no SAAE em março deste ano. Em relação ao prejuízo, o delegado diz que ainda não pode apontar um valor, já que foram identificados desvios em várias obras. Também não é possível afirmar quanto cada um recebia.

“As duas prisões têm relação com as obras diretamente relacionadas ao SAAE, em apenas um dos contratos em que as irregularidades foram detectadas o orçamento era de R$ 100 mil. Mas verificamos indícios de desvios em outras obras custeadas com recursos do estado e município, como construção de unidades básicas de saúde e reforma de escolas, um dos contratos está orçado em R$ 3 milhões”, explica.

Local onde está prevista a construção da adutora (Foto: PCMG/Divulgação)

O contrato de 100 mil reais mencionado pelo delegado era para construir uma adutora subterrânea do Córrego do Papagaio para abastecimento de água de Bocaiuva. Leonardo Diniz destaca que o então diretor do SAAE, Robson Andrade, chegou a assinar como engenheiro da autarquia, mesmo sendo técnico agrícola de formação.

Diniz também afirma que Robson trabalhava no SAAE desde 2010 e pediu exoneração do cargo em 30 de março para se candidatar a vereador. “Mesmo após sair, ele continuou a exercer influência sobre o cargo”, fala.

As investigações apontam que durante mais de dois anos, o ex-diretor e familiares dele não pagaram conta de água e nem tiveram a água cortada, os valores somam R$ 1,5 mil. Em 2015 ele também teria vendido um caminhão de perfuração de poços artesianos do SAAE como sucata.

“Esta situação do caminhão chamou a atenção, pois aconteceu em um momento de extrema seca aqui no município. O veículo é vendido como sucata e um mês depois retorna para prestar serviços de forma terceirizada. Em dois poços abertos com este caminhão, o SAAE pagou R$ 23 mil”, explica.

A defesa dos envolvidos ainda não se pronunciou. Os dois podem responder por peculato e falsidade ideológica.

Delegado diz que dinheiro ilícito era usado para custear mordomias (Foto: PCMG/Divulgação)

(Fonte: G1 Grande Minas / Repórter: Michelly Oda)

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