À CRIANÇA: AMOR, CARINHO E, PRINCIPALMENTE SINCERIDADE

0

Na doce e difícil tarefa de educar crianças, é comum a dúvida: “é melhor poupar as crianças de algumas dores ou é melhor contar a verdade sempre?”.

A grande essência é ser o mais simples possível nas respostas. É sempre bom também, devolver a pergunta à criança: “o que você sabe sobre isso?” Porque assim, você saberá ponderar até onde pode ir com a resposta, sem assustar a criança ou aumentar as suas dúvidas.

Quando entramos no mundo da criança, quando nos recorremos à fantasia para responde-la, ela sentirá mais segurança porque compreenderá que estão falando a mesma língua. Assim, segura, a criança terá mais liberdade de fazer novas perguntas e não alimentará muitos medos.

A criança que recebe apenas amor e carinho, e nunca verdades, cresce imatura, incapaz de suportar frustrações, podendo ter sérios problemas na vida profissional porque não aprendeu lidar com a sinceridade.



As crianças são sinceras. São sinceras até demais. Num recente estudo sobre os bilhetes que crianças escrevem, uma delas escreveu à sua vizinha: “fiz cocô no seu quintal porque o seu cachorro fez primeiro no meu”.

O ideal seria que elas continuassem ingênuas e tão sinceras assim. Porém, as convenções dos adultos vão moldando as crianças para que entendam que nem sempre “pode-se” usar muita sinceridade. Além do que as crianças aprendem muito com as observações que fazem ao comportamento dos adultos, e nós não somos tão sinceros assim.

Portanto, é preciso estarmos atentos porque sinceridade é tratada pelo modelo de classificação de valores humanos. Para o autor Richard Barrett, sinceridade é um “valor social”. Se uma pessoa é sincera, não necessariamente está sendo ética ou utilizando a consciência sistêmica coletiva. A sinceridade é pessoal, porém afeta o coletivo, positivamente ou negativamente… depende do contexto e intenção.

Ser sincero requer coragem e integridade. Muitas vezes ser sincero pode ferir a imagem que as pessoas criam umas das outras. Muitas vezes ser sincero fere regras sociais e de convivências. E às vezes, ser sincero pode ofender ou desapontar pessoas de um modo geral, em função das expectativas que os seres humanos são mestres em criar com relação aos outros.

Por tudo isso, é importante a criança crescer em um ambiente que tenha amor, carinho e sinceridade entre os membros da família para que ela cresça compreendendo a necessidade de desenvolver a capacidade de discernimento quanto à sinceridade.

Ponderar sempre será o melhor caminho.

A criança que cresce em ambiente harmônico se torna um adulto emocionalmente equilibrado e capaz de ser sincero, com amor.


Quem é Marli Andrade?

Marli Andrade é Psicanalista e Psicopedagoga, Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade Argentina John Kennedy em Buenos Aires, defendendo a tese: “A influência da subjetividade nas interações profissionais”.

Autora de Literatura Infantojuvenil com o propósito de contribuir para que as crianças cresçam com equilíbrio emocional, autoestima e habilidades para interações intra e interpessoal tranquila e eficiente.

Escritora do livro “Primeiro você sonha, depois você dorme”, catalogado pela Câmara Nacional do Livro, sob o catálogo sistemático: Autoconhecimento, Comportamento social, Conduta de vida, Equilíbrio (Psicologia), Inconsciente, Realização pessoal, Relações interpessoais, Sonhos e Sucesso profissional.

Atua com palestras e treinamentos em instituições públicas e privadas, disponibilizando técnicas para que cada participante possa construir suas próprias estratégias para a gestão intra e interpessoal.

Marli Andrade
Psicanalista e Psicopedagoga
Doutoranda em Psicologia Social
Autora de Literatura Infanto Juvenil
Site: www.marliandrade.com.br

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui