As Polícias Civil e Militar apresentaram nesta terça-feira (12/4) dois homens que são acusados de homicídio de um adolescente ocorrido em Manga, no Norte de Minas. Um terceiro, que é comparsa de um deles em vários assaltos, também foi preso.
Em relação ao assassinato do menor, que tinha 15 anos, foram presos Romário Santos, de 21, e João Paulo da Costa, de 19. O delegado Bruno Fernandes explicou que o crime aconteceu em dezembro de 2015, depois que a namorada de Romário afirmou que o adolescente tentou estuprá-la, enquanto furtava a casa dela. A informação do abuso sexual não foi confirmada durante as investigações.
Segundo a polícia, o crime foi cometido por um amigo da vítima e por outro menor, após ordens de Romário e João Paulo, presos na manhã desta terça-feira. O adolescente de 15 anos foi chamado para nadar no Rio São Francisco com eles e acabou sendo morto com um tiro na nuca. Antes de ser baleado, ele ainda foi agredido com uma barra de ferro.
“Tivemos informações de que o Romário estaria em São Paulo ou no Triângulo Mineiro. Confirmei que ele estava em São Bernardo do Campo (SP) e conseguimos prendê-lo. Retornei para Minas Gerais e fui para Jaíba (MG), onde já sabia que o João Paulo estava”, fala o delegado.
Presos podem responder por roubo qualificado e homicídio (Foto: Michelly Oda/G1)
Envolvimento em assaltos
Como a polícia encontrou três revólveres na casa onde João Paulo estava, também foram presas mais duas pessoas, uma delas era Mário da Silva, de 40 anos, comparsa de Romário em vários assaltos. Em um dos roubos cometidos por Romário e Mário, foram levados R$ 170 mil em joias de uma empresária.
A mulher foi surpreendida pela dupla quando abriu o portão de casa para sair e levar a filha, de oito anos, para a escola. Elas foram rendidas e obrigadas a entrar no imóvel.
O delegado Bruno Fernandes explica que o grupo preso na casa já estava sendo monitorado, depois que a polícia recebeu informações de que eles estariam planejando roubar um comerciante, que também é vereador em Jaíba.
Parceria entre polícias e MPMG
A coletiva de imprensa também contou com a participação do promotor Leandro Barboza, da Comarca de Manga, e do Capitão José Xavier Sobrinho, comandante da PM no município. Eles comentaram sobre a parceria das polícias com o MPMG, que resultou na prisão dos três homens.
“A partir do momento que você trabalha de forma integrada nas ações, o resultado acontece de forma satisfatória, a PM está mais na cidade e detém uma gama de informações, que foram compartilhadas com o Ministério Público e com a Polícia Civil, culminando na desarticulação dessa quadrilha, que aterrorizava a população”, destaca o capitão.
O comandante da PM no município disse que os primeiros reflexos da integração já podem ser sentidos na redução da criminalidade. No primeiro trimestre de 2015 foram registrados 19 crimes violentos, entre eles assaltos e homicídios. No mesmo período deste ano, segundo ele, o número caiu para nove.
Estrutura precária
Ainda durante o encontro com os jornalistas, o promotor Leandro Barboza destacou a necessidade de que sejam feitos investimentos nas polícias para que haja redução da criminalidade. Manga chegou a ficar por mais de um ano sem delegado.
“Quando cheguei, no início do ano passado, a Comarca não tinha delegado. Essa situação perdurou até dezembro, com a nomeação do delegado Bruno. A PM, por sua vez, tinha o efetivo, mas não tinha o capitão, que chegou em setembro. Com a chegada dos dois fomos mantendo diálogo, fizemos reuniões periódicas e surgiu o grupo”, fala.
O promotor esclarece que, apesar da iniciativa, a situação do município é caótica. Segundo ele, as polícias não têm estrutura e cita que chega a faltar combustível para as viaturas. Leandro Barboza diz também que a demanda de trabalho do MPMG é grande, já que ele e outra promotora, Gerciluce Brito, respondem por sete municípios.
Depois da chegada do delegado e do capitão, o promotor diz ter boas expectativas com a chegada de uma juíza, que deve ocorrer nesta terça.
“Quando cheguei havia um juiz, responsável por três varas, duas em Manga e uma em Montalvânia. Ele foi removido em janeiro deste ano. Dessa época até hoje, Manga e Montalvânia ficaram praticamente sem juiz, os de outras Comarcas vinham responder. Mas hoje está chegando uma juíza, o que não é suficiente, já que ela vai responder por três varas, o que é desumano. Mas na atual conjuntura, é um pouco melhor que antes. Espero que isso consiga trazer bons resultados, porque a população não tem nada haver com isso”, afirma.
Envolvidos
Os envolvidos, que já tem passagens pela polícia, vão responder por roubo qualificado e homicídio. Os advogados deles não estavam na delegacia.
(Fonte: G1 Grande Minas / Repórter: Michelly Oda)
