Casal mineiro celebra 70 anos de casamento em clima de muito romance

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Em tempos de divórcio em alta, quem não se encanta com uma história de amor que já dura 70 anos? Os protagonistas de um romance como esse existem: Alaíde e Hélio do Espírito Santo, de 90 e 91 anos, moradores da capital mineira. Ainda apaixonados e sem esconder a admiração que sentem um pelo outro, dão hoje uma festa para celebrar as bodas de vinho junto aos nove filhos, 21 netos e 20 bisnetos, frutos do matrimônio.

A rara história de amor começou logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Hélio, que tinha passado uma temporada nos campos de batalha da Itália, voltava ao Brasil como herói. A fama mexia com a cabeça das solteiras do bairro São Francisco, que não saíam da casa do rapaz. “Passavam o dia lá, só querendo me namorar. Até dote ofereceram por um casamento arranjado”, diz ele, sem falsa modéstia.

Mas Alaíde, a vizinha de cabelos escuros, não se impressionava. Tanto que recusou vários convites de amigas que marcavam de ver o veterano de guerra.

O primeiro encontro entre os jovens aconteceu por acaso na casa da irmã mais velha de Alaíde. “Fui visitá-la e o Hélio estava lá. Ela insistiu para que nos cumprimentássemos, mas só ele gostou do abraço”. Mais tarde, a moça acabou “pagando língua”. A resistência ficou para trás e, em agosto de 1945, aceitou o pedido de namoro.

Amor do casal começou após a 2ª Guerra – Foto: Studio Croma / Arquivo Pessoal

LEMBRANÇAS

Em 24 de novembro daquele mesmo ano, Alaíde se vestiu de branco para encontrar o noivo no cartório da rua Guarani, onde oficializaram a união. Detalhes desse dia continuam na memória do casal. “Passamos em uma loja da Afonso Pena para tirar foto e depois fomos para a igreja do bairro Cachoeirinha”, lembra ela.

A família não demorou a crescer. O primogênito nasceu em dez meses e Alaíde, que se descobriu uma mãezona, emendou uma gestação à outra.

Enquanto isso, Hélio se desdobrava no serviço. Manteve três empregos para dar o melhor que podia às crianças. “De manhã, era encarregado de obra. Depois, ia trabalhar como porteiro no Tribunal de Contas. Carregava pilhas de processo porque não tinha carro para transportar documentos. De noite, ainda fazia faxina em escolas”, diz a esposa, ainda orgulhosa do esforço do marido.

Mesmo tendo enfrentado tantas lutas – como a morte de uma filhinha de apenas 3 anos e graves acidentes de trabalho –, o casamento se manteve firme e a família, unida.

Dona Alaíde revela o segredo: “Sempre tivemos compreensão um pelo outro. As brigas não duravam muito. Somos companheiros e não imagino minha vida sem ele”, declara-se.

(Fonte: Hoje em Dia)

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