Casal de produtores investe na produção de biscoitos para alimentação escolar

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Depois de enfrentarem dificuldades com a produção e comercialização de hortaliças, o casal de produtores Marcos Antônio Vila Nova e Maria das Graças Vila Nova decidiu mudar de atividade. Eles trocaram o trabalho na horta pela fabricação de biscoitos. Os bons resultados não demoraram a aparecer e hoje o casal comercializa a produção para escolas de três municípios de Minas Gerais.

A propriedade de Marcos e Maria Vila Nova fica em São Gonçalo do Pará, região Centro-Oeste de do estado. Uma das dificuldades enfrenadas pelo casal na época da produção de hortaliças era a grande concorrência no mercado. Outro problema era a escassez de água na propriedade. “As hortaliças secavam e ficavam feias. Nós chegamos a perder canteiros e canteiros de hortaliças”, afirma Marcos.

A mudança ocorreu em 2013. Buscando uma solução para o problema, Marcos e Maria conversaram com a técnica da Emater-MG de São Gonçalo do Pará, Gisele Rodrigues Souza, e com a nutricionista da Secretaria Municipal de Educação, Jaqueline Maia. Foram elas que sugeriram que o casal investisse na produção de biscoitos. Para garantir a venda dos produtos, as profissionais também sugeriram a participação deles no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

O casal de produtores recebeu toda a orientação técnica da Emater-MG – Foto: Divulgação/Emater

O PNAE é um programa do Governo Federal que, por meio da Lei nº 11.947, garante que no mínimo 30% dos recursos federais para a merenda escolar sejam destinados à compra de gêneros alimentícios produzidos pela agricultura familiar. Para vender os produtos para as escolas, os produtores devem participar de uma Chamada Pública, que é uma modalidade de contratação de bens e serviços por meio editais lançados pelo governo federal.

“Sugerimos a eles a produção de biscoitos, pois é um produto solicitado em maior quantidade nas Chamadas Públicas, não tem muita concorrência e o prazo de validade é maior se comparado com as hortaliças”, diz Gisele Souza.

As atribuições da Emater-MG no PNAE são bem amplas: assistência técnica, mobilização de agricultores, emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), orientação e elaboração de projetos, além de capacitação dos agricultores em boas práticas de produção. De acordo com o coordenador Técnico estadual da Emater-MG e gestor do programa, Ademar Pires, a orientação da Empresa tem facilitado a inserção dos agricultores familiares no PNAE e no mercado.

“O PNAE favorece um processo educativo de acesso ao mercado por essa categoria de agricultores, pois, uma vez que eles atendam às exigências do programa, estarão aptos a acessar outros canais de comercialização. Isso contribui efetivamente na inclusão produtiva, diminuição da pobreza rural, aumento da ocupação e renda no meio rural”, diz Ademar Pires.

O casal de produtores recebeu toda a orientação técnica da Emater-MG e ainda construiu uma cozinha de acordo com as exigências da Vigilância Sanitária do município. Atualmente, eles produzem biscoitos e bolos de vários sabores. Cerca de 90% da produção são vendidos para escolas dos municípios de São Gonçalo do Pará, Nova Serrana e Igaratinga. Ao todo, os produtos do casal são entregues em 70 escolas estaduais e municipais.

“É um dinheiro mais certo e não perdemos nossa produção. É uma garantia de venda que nos dá mais tranquilidade”, diz Marcos Vila Nova. Para o futuro, o casal de produtores quer diversificar a produção. Eles pretendem fabricar doces em compotas e cristalizados. “A gente quer ampliar o nosso mercado. Esperamos melhorar as vendas, oferecendo mais um tipo de produto”, afirma o produtor.

O PNAE tem garantido um cardápio variado na merenda escolar e mercado para os agricultores familiares de Minas Gerais. Em 2014, a Emater-MG atendeu 8.480 famílias em 556 municípios, para venda para as escolas públicas. Para 2015, a previsão é que sejam atendidas 9.788 famílias de agricultores. (Agência Minas)

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