Itabira também não terá Carnaval em 2015

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Arrocho financeiro e o longo período de estiagem provocaram o cancelamento do evento.

Após reunião com a equipe econômica da Prefeitura, ocorrida na tarde desta sexta-feira, 23 de janeiro, o prefeito de Itabira, Damon Lázaro de Sena, decidiu cancelar a festa de Carnaval da cidade. Ele foi informado por seus assessores, que, após avaliarem o cenário atual, acharam prudente suspender a festa.

De acordo com os argumentos de sua equipe econômica, a Prefeitura precisa fazer ajustes financeiros para honrar alguns pagamentos de fornecedores firmados em 2014. Somado a isso, ainda existe a incerteza do cenário econômico brasileiro. No caso específico de Itabira, existe uma grande possibilidade de haver uma retração econômica ainda no primeiro semestre, levando em consideração, principalmente, a indefinição do preço do minério comercializado pela Vale. As projeções apontam que o preço continuará instável e isso afetará, certeiramente, o Orçamento Municipal.

Em alguns estados brasileiros, o próprio Tribunal de Contas está aconselhando os municípios a não custearem o Carnaval e reservar os recursos para projetos sociais e pagamentos pendentes.

Outra preocupação é o longo período de estiagem que tem causado em todo o país a maior seca dos últimos 150 anos. Em Itabira não é diferente. Os reservatórios estão operando na sua capacidade mínima, o que obrigou o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) a estender o período de racionamento e, ainda, alugar equipamentos para bombear água. O principal sistema de abastecimento da cidade, a Pureza, já está utilizando seu volume morto – água reserva que nunca foi utilizada na história da Pureza.

O aumento do número de pessoas na cidade – já que municípios também cancelaram o Carnaval, havia a grande possibilidade de Itabira atrair ainda mais foliões – o gasto na área do Carnaval para refrescar foliões e limpeza de banheiros químicos e da área de seu entorno poderiam aumentar os transtornos do desabastecimento durante o Carnaval e agravar os problemas para a população após a folia.

A equipe de saúde também argumentou que a realização da folia poderia agravar os índices de infestação do mosquito Aedes aegypti. O último Liraa, concluído na terça-feira, apontou um índice de infestação de 4,8%, o que deixa Itabira em alerta, já que o risco de epidemia é iminente.

“Avaliamos todas as possibilidades para manter o Carnaval. Até hoje pela manhã, pensávamos até em levar a festa para o Parque de Exposições, mas ponderamos que não seria prudente. Os riscos que estávamos correndo eram maiores do que a satisfação que as quatro noite de Carnaval poderiam gerar”, ponderou o prefeito.

De acordo com Damon, diante de um cenário de incertezas, que independe de sua vontade, manter a festa e, futuramente, sacrificar toda a população. “Não sabemos ao certo quanto tempo mais esta seca vai durar e quanto ela poderá nos obrigar a investir imediatamente para minimizar seu impacto. Quanto à questão financeira, o Governo Federal já sinalizou um primeiro semestre de retração econômica. O cenário neste início de ano não está bom para município nenhum. Reconheço que Itabira é um município que tem um Orçamento razoável, mas o problema maior é a situação geral do país. Se não equilibrarmos agora, se não fizermos os ajustes necessários e não sanarmos todas as nossas pendências financeiras, corremos o risco de respondermos por isso no futuro”, salientou Damon.

Outros municípios

Até a manhã de hoje, vários municípios mineiros haviam anunciado que não realizariam festejos de Carnaval, entre eles, Santa Maria de Itabira, João Monlevade, Formiga, Oliveira, Itapecerica, Arcos, São Gonçalo do Pará e Cláudio. O motivo, conforme divulgaram os municípios, são a retração econômica e, principalmente, a falta de água.

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