Samu Macro Norte comemora seis anos de regionalização com muitos avanços

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Uma das principais conquistas foi o fortalecimento da assistência a pacientes com doenças cardíacas, cuja sobrevida depende fundamentalmente da tempestividade do atendimento

Nesta segunda-feira, 22/12, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Norte de Minas (SAMU Macro Norte) completa seis anos de atuação. O serviço foi instalado em 2006 para atender à população de Montes Claros e, a partir da implantação da Rede de Urgência e Emergência pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais, em dezembro de 2008, incorporou nova estrutura e foi estendido a 86 municípios norte-mineiros, assistindo uma população de quase dois milhões de pessoas.

Mantido de forma compartilhada pela União, Estado e municípios, o Samu Macro Norte é gerenciado pelo Consórcio Intermunicipal da Rede de Urgência do Norte de Minas (Cisrun), que é responsável por dar suporte infraestrutural às 36 bases descentralizadas e à sede operativa, em Montes Claros, onde fica a central de regulação.

O presidente do Cisrun e prefeito de Bocaiuva, Ricardo Afonso Veloso, destaca que a região apresenta alguns elementos dificultadores, como as condições geográficas, a baixa densidade populacional e a distância entre os municípios, e que a manutenção do serviço só é possível graças à parceria solidária entre os entes federados e à dedicação e competência da equipe técnica.

Gestor por três mandatos em Bocaiuva, Ricardo diz que conheceu a realidade da saúde na região antes e depois do Samu e que os avanços são incontestáveis. “Antes, o Samu era restrito às capitais, regiões metropolitanas e às grandes cidades. Com um projeto ousado e pioneiro, Minas iniciou a regionalização da atenção às urgências e emergências e o Norte de Minas foi escolhido para sediar o projeto piloto, exatamente por ser considerada uma região socialmente vulnerável, mas, ao mesmo tempo, por uma atuação forte na saúde pública. Desde então, a saúde da região avançou de forma incontestável e por mais que ainda existam dificuldades, não dá para imaginar a região sem a assistência do Samu”, avalia.

De acordo com o presidente, somente no primeiro ano de operacionalização do serviço, foi registrada uma redução de cerca de mil mortes por causas evitáveis, além de contribuir sensivelmente para a redução do número de óbitos, tempo de internação hospitalar e sequelas decorrentes da falta de um socorro em tempo hábil.

Atendimento integrado Samu e Corpo de Bombeiros no Norte de Minas – Foto: Jerúsia Arruda

Avanços

Nesses seis anos, o Samu registrou importantes avanços, que estão redimensionando o atendimento pré-hospitalar na região. Entre eles, está o fortalecimento do atendimento a pacientes com doenças cardíacas, com a organização da Rede AVC e a implantação dos projetos Ecos dos Gerais e Minas Telecárdio, que equiparam as ambulâncias com sistema de tele-ECG e aparelho de ultrassom portátil, possibilitando a realização de eletrocardiograma e ultrassonografia na própria ambulância.

Esses projetos estão dando mais agilidade e precisão no diagnóstico, inclusive utilizando o medicamento trombolítico, melhorando o tempo resposta para atendimento de doenças como infarto no miocárdio e acidente vascular cerebral, cuja sobrevida do paciente depende fundamentalmente da tempestividade do atendimento, bem como na decisão de transferência pacientes graves entre os municípios.

Também foram construídas as sedes próprias das cinco bases avançadas do Samu, realizado concurso público para efetivação do quadro de pessoal; a frota de ambulâncias foi renovada; os profissionais que atuam em toda a rede de Urgência e Emergência foram capacitados; e foi sedimentada a parceria com o Corpo de Bombeiros, promovendo mais sinergia entre as duas corporações.

Atendimentos

No primeiro ano de operacionalização, o Samu recebia uma média diária de 300 chamados. Cinco anos depois, a média é de 1.500 chamados diários. Somente em 2013 foram 421.124 chamados e, em 2014, até o mês de novembro, o Samu já recebeu 487.703 chamados. Uma média de 35 mil chamados/mês, em 2013, e 48 mil em 2014, o que representa um crescimento de 37%. Cerca de 30% desses chamados são ligações de brincadeira, o que compromete seriamente o atendimento a quem realmente precisa do serviço.

Por outro lado, 10% dos chamados atendidos são resolvidos por orientação da regulação médica, sem necessidade de envio de unidade ao local, e 16%% dos atendimentos realizados são resolvidos pela unidade no local, sem que o paciente necessite ser encaminhado a uma unidade de saúde, impactando positivamente em toda a rede e proporcionando mais qualidade de vida para os usuários do Sistema Único de Saúde.

O médico coordenador do Samu, Ênius Freire Versiani, explica que além do crescimento do número de chamados, também aumentou a gravidade dos casos. “O Samu realiza um atendimento a cada 12 minutos, sendo cerca de 30% em decorrência de acidente de trânsito, o que representa mais de mil atendimentos a vítimas de acidentes por mês. Mas a maior causa de acionamento do serviço é clínica, respondendo por 60% dos atendimentos”, observa.

Perspectivas

Dos avanços previstos para o Samu, será realizado um novo concurso público, em 2015, e instaladas duas unidades avançadas, sendo uma na região de Francisco Sá, especialmente para atendimento às ocorrências de acidente de trânsito na BR-251, e outra na microrregião de Manga, onde há um grande vazio assistencial.

A partir de 2015, o Cisrun será responsável pela gestão do serviço aeromédico em Minas Gerais e tem o desafio de trazer para o Norte de Minas uma aeronave exclusiva para a região, buscando reduzir os vazios assistenciais, melhorar o acesso e encurtar as distâncias nos casos extremos, em que o paciente corre risco de morte.

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