CIDADE GRANDE OU CIDADE PEQUENA?

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Até pouco tempo atrás o sonho da maioria das pessoas era sair do interior, uma região com poucos ou nenhuma perspectiva de crescimento pessoal e migrar para os grandes centros urbanos onde estavam as grandes oportunidades. O êxodo aconteceu e várias cidades grandes do Brasil apresentaram nas ultimas décadas crescimentos extremamente elevados. Para um grande número de pessoas as oportunidades realmente surgiram e elas conseguiram um crescimento pessoal, mas a maioria destas cidades não estava preparada para este crescimento populacional meteórico. A infra estrutura não acompanhou este crescimento, principalmente no saneamento básico que inclui a drenagem urbana, o fornecimento de água potável, a coleta e tratamento de esgotos e a coleta e disposição dos resíduos sólidos. Outros fatores como o aumento explosivo da criminalidade, congestionamentos diários e intermináveis, o aumento da poluição e a falta de moradias pressionando o crescimento das favelas são outros fatores que, ao que parece, estão fora de controle e considerados de difícil solução.

Por conta dos problemas urbanos, apesar de todas as coisas boas que a cidade oferece, as pessoas estão se sentindo cada vez mais estressadas e com medo, de posse de bens que não podem desfrutar plenamente. Comprar um carro do ano para ficar preso em um engarrafamento? Comprar uma casa bonita mas ter que colocar alarmes, cercas elétricas e segurança 24 horas? Sair a noite para festejar com os amigos sob o risco de ser assaltado e, até mesmo, assassinado por conta de míseros reais? Grande parte destas pessoas querem agora é fazer o caminho inverso, voltar para o interior para poder desfrutar de uma melhor qualidade de vida. Respirar ar mais puro, passear pelas ruas com mais tranquilidade sem risco de ficar engarrafado, conversar com os amigos sem se preocupar com a hora ou medo de ser assaltado.

Infelizmente o crescimento desordenado das cidades não foi acompanhado pelo seu desenvolvimento. A falta de planejamento dos sistemas de drenagem urbano das grandes cidades o os constantes alagamentos com o inicio das chuvas de verão são exemplos clássicos deste problema. O mesmo acontece com o racionamento de água em várias cidades de grande porte que ocorreu não apenas por conta da falta de chuvas mas também devido a falta de planejamento em relação ao aumento do numero de habitantes e ao aumento do consumo de água por habitante.

Corrigir estes problemas históricos nos grandes centros urbanos é um processo difícil e de longo prazo. Devemos estimular a descentralização das áreas urbanas investindo nas cidades do interior, melhorando a sua infraestrutura, estimulando o seu crescimento associado ao seu desenvolvimento com infraestrutura, segurança, lazer, moradia e mobilidade urbana. Melhorar a oferta de emprego e renda atraindo os três setores da economia: comércio indústria e agropecuária; escolas para formação de profissionais dentre outros fatores que promovam um desenvolvimento regional sustentável. Somente desta forma poderemos oferecer uma qualidade de vida a nossa população e as futuras gerações comparável as cidades do primeiro mundo.


Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?



– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;

– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br

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